Osmar Dias, pré-candidato ao governo do Paraná.| Foto: Jonathan Campos/Gazeta do Povo

Último dos pré-candidatos ao governo do Paraná a ser ouvido ao vivo neste início de ano pela Gazeta do Povo, o ex-senador Osmar Dias (PDT) não descartou receber apoio de Roberto Requião (PMDB) para o pleito deste ano. Desde que isso não altere seu programa de governo, afirmou.

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“Tenho origem no PMDB e gostaria de ter o apoio do PMDB, mas enquanto ele [Requião] for candidato a governador, não quero falar nisso porque tenho que respeitar a postulação dele”, afirmou inicialmente.

Ao falar sobre a gestão do ex-governador, no entanto, elogiou a isenção de imposto de cerca de 90 mil micro e pequenas empresas promovida na gestão do peemedebista. E disse que, se for eleito e caso haja espaço, a intenção é retomar esse processo.

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“Se eu puder resgatar esse projeto, vou resgatar, e se ele me apoiar nesse resgate, vou aceitar. Não quero apoio fisiológico, não quero apoio do Requião nem de ninguém só para garantir a eleição”, afirmou.

Entre as críticas dirigidas à gestão atual, questionou a política de Beto Richa (PSDB) quanto às contas públicas, que disse “não estar esse mar de rosas”. E apontou sobretudo para o problema que pode vir a ser enfrentado em um futuro não muito distante pela Paranaprevidência.

“Veja se os funcionários públicos na ativa e aposentados no Paraná estão tranquilos quanto à Paranaprevidência? No ano passado, o déficit chegou a R$ 2,900 bilhões, e a previsão para este ano é de R$ 3,400 bilhões. Quem vai assumir o estado vai ter que saber o que terá pela frente”, ponderou.

Embora veja pontos positivos na gestão atual, reclamou da política de aumento de impostos adotada por Richa que, na visão dele, sobrecarregou o setor produtivo e não ampliou a base de arrecadação. E ao mencionar um possível aceno de Richa à sua candidatura, afirmou aceitar, desde que não precise alterar seu projeto para o estado.

“Quero o apoio do Requião? Se ele quiser me apoiar, se o Beto quiser me apoiar, por que não? Agora, não vou receber [apoio] para fazer o que ele [Richa] está fazendo. Tem que ser do meu jeito”. O pedetista disse ainda que tem conversado com Ratinho Jr. (PSD), o que não significa que está aderido à candidatura dele. “Quero apoio do queque acreditam que eu possa fazer o melhor pelo estado, que conhecendo os problemas, tenho a solução”.

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Pedágio? “O que está aí é roubo”

Em assunto abordado por todos os pré-candidatos entrevistados pela Gazeta do Povo, Osmar Dias defendeu uma nova licitação dos pedágios após o vencimento do contrato com as concessionárias que fazem a gestão do modelo atual. Ele se disse contrário à ideia de Requião, de estatizar o serviço para que o arrecadado seja utilizado em manutenção das rodovias. Mas disse que uma nova licitação tem que trazer o preço mais para baixo do praticado atualmente.

“Na hora do edital, que tem de ser feito em 2019, para 2021, tem que deixar o preço do teto, para que a gente não seja explorado”, avaliou.

O pré-candidato fez críticas ainda às concessionárias atuais que, na visão dele, não cumpriram o combinado e já receberam pelo serviço a ser executado. “Fica por isso mesmo?” E chamou de roubo o atual preço praticado nas rodovias.

“Vou fazer uma licitação nova, e a nova quer dizer permitir a participação de empresas nacionais e estrangeiras. Não tem nada de novo em dizer isso, é aberto no edital de licitação. [Vou fazer] com preço muito abaixo do que está aí. O que está aí é roubo. Empresa de pedágio publicar no balanço que faturou de R$ 800 milhões e que teve lucro de R$ 360 milhões? O que está gerando isso?”, questionou.