A um mês da propaganda eleitoral, parte dos pré-candidatos à presidência da República ainda não encontrou palanques no Paraná. Isso porque as alianças no plano nacional seguem embaralhadas. Além disso, nem sempre os acordos feitos pelas cúpulas das legendas se repetem regionalmente.
O PSB, por exemplo, que namora o presidenciável Ciro Gomes (PDT), já confirmou apoio a Cida Borghetti (PP) para o governo do Paraná, a despeito da pré-candidatura de Osmar Dias (PDT) ao Palácio Iguaçu. Por outro lado, Ciro Gomes também tenta atrair o PP para sua chapa, e toda a gama de siglas que formam o “Centrão”.
Mais um exemplo de falta de afinidade entre as negociações nacionais e locais: o MDB, que tem candidato próprio ao Palácio do Planalto, via Henrique Meirelles, tem encontrado dificuldade para construir palanques regionais ao ex-ministro da Fazenda na gestão Temer. No Paraná, ele não deve nem ser convidado a subir no palanque do senador Roberto Requião.
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Embora o senador ainda não tenha se decidido entre a candidatura à reeleição ou a disputa ao governo do Paraná – e até a tentativa de inscrição ao Planalto não está descartada -, já se sabe que Meirelles não tem o apoio do parlamentar, que se tornou uma das vozes mais críticas à política econômica da gestão Temer. Além disso, no Paraná, o MDB anda paquerando o pedetista Osmar Dias, na tentativa de repetir a aliança de 2010.
Oficialmente, o PDT no Paraná deve oferecer palanque ao presidenciável Ciro Gomes. Mas há uma peculiaridade também aí: Osmar Dias já declarou que, pessoalmente, não tem como não votar no irmão, o senador paranaense Alvaro Dias, presidenciável pelo Podemos. A legenda do parlamentar não tem candidato próprio no Paraná. Nacionalmente, contudo, Alvaro Dias tem ido atrás de siglas de espectros variados.
O nome do senador do Paraná está na roda de conversas do Centrão, por exemplo. O grupo, forjado em 2016 na Câmara dos Deputados e apadrinhado por Eduardo Cunha (MDB-RJ), reúne cerca de dez siglas, incluindo o PP, o PR, o DEM e o PSC, e está completamente dividido sobre as eleições de outubro próximo. O Centrão conversa com Alvaro Dias e também com Geraldo Alckmin (PSDB) e Ciro Gomes (PDT). Pontualmente, o Partido da República (PR) também não descarta uma aliança com o presidenciável Jair Bolsonaro (PSL), por exemplo.
Mas, no Paraná, o DEM já consolidou uma aliança com o PP de Cida Borghetti na corrida ao Palácio Iguaçu. E o PR e o PSC locais anunciaram aliança com o deputado estadual Ratinho Jr. (PSD) na disputa ao governo do Paraná.
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Assim, ainda que Alvaro Dias consiga conquistar o “Centrão”, seu “natural” palanque no Paraná soa impossível, já que, ao menos em tese, ele se juntaria regionalmente a Cida e a Ratinho, que são adversários nas urnas.
Há outros impasses. O PSDB do presidenciável Geraldo Alckmin deve integrar a chapa de Cida Borghetti, o que pode levá-la a oferecer um palanque ao tucano. Além disso, o PSD de Ratinho Júnior, que nacionalmente também tem um pé no Centrão, trabalha com mais de uma possibilidade. Afif Domingos (PSD) se coloca como pré-candidato ao Planalto, mesmo sem aval da cúpula da sigla, que rejeita a candidatura própria. Outro campo do PSD nacional – que se insinua majoritário - prefere uma aliança com o PSDB, aquele mesmo de Geraldo Alckmin.
Para embaralhar ainda mais o cenário, o PSD de Ratinho Júnior também conversa, regionalmente, com o PSL do presidenciável Jair Bolsonaro. O partido político do deputado federal do Rio de Janeiro não tem candidatura própria ao governo do Paraná.
Chapa pura
Legendas como PT, Rede e PSol devem trabalhar com candidaturas próprias tanto no plano nacional quanto no regional. Isolado, o Partido dos Trabalhadores, que ainda insiste no nome do ex-presidente Lula ao Planalto, tem o ex-deputado federal Dr. Rosinha (PT) para a corrida ao governo do Paraná. A presidenciável Marina Silva, da Rede Sustentabilidade, deve encontrar abrigo no palanque do ex-vereador de Curitiba Jorge Bernardi (Rede), pré-candidato ao Palácio Iguaçu. Já o presidenciável Guilherme Boulos, do PSol, deve ser recebido no Paraná pelo Professor Piva (PSol), que se dispôs a entrar na disputa ao Executivo.
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