Diante do desafio de auxiliar os municípios a manterem em bom estado quase 100 mil quilômetros de estradas rurais, a Gazeta do Povo perguntou aos concorrentes ao governo do estado quais os planos deles para essas vias e para o aumento da integração logística e tributária dos estados do Sul. Confira as respostas de Ratinho Junior (PSD), Cida Borghetti (PP), João Arruda (MDB), Dr. Rosinha (PT), Jorge Bernardi (Rede) e Ogier Buchi (PSL):
1. Uma reivindicação recorrente dos prefeitos e produtores do estado é em relação a apoio às prefeituras para manutenção e readequação de estradas rurais. Qual o projeto do senhor para essa questão?
Ratinho Junior (PSD)
Vamos implantar um programa estadual de apoio aos municípios para manutenção e conservação das estradas rurais para facilitar o escoamento da produção rural. Também vamos pavimentar os acessos aos municípios que ainda não têm ligação asfáltica da sede até a rede rodoviária estadual. Com essas iniciativas, todas as cidades paranaenses estarão ligadas ao Sistema Rodoviário Estadual, melhorando a qualidade de vida, de mobilidade e o acesso ao atendimento de saúde e educação e outros serviços públicos para todos os paranaenses.
Cida Borghetti (PP)
Vamos aperfeiçoar e fortalecer a parceria que já existe com as prefeituras e realizar um amplo programa de pavimentação e adequação de estradas municipais e vicinais. Vamos trabalhar para tornar as obras em estradas de terra mais perenes, com projetos de engenharia adequados a cada situação, para que não seja necessário fazer uma recuperação a cada pequena chuva. Há situações em que podemos reforçar o cascalhamento, mas há outras em que é necessário pavimentar, e isso poderá ser feito com a aplicação de pedras irregulares, por exemplo. Tudo respeitando práticas conservacionistas para proteger o solo e a água.
João Arruda (MDB)
Vamos oferecer patrulhas do DER aos municípios. Para o DER oferecer equipamentos, vamos comprar novos e reformar o que temos. Vamos trabalhar com os consórcios municipais, por meio de parcerias e convênios com a nossa patrulha. Também vamos oferecer a mão de obra e o combustível para refazer as estradas rurais. Verificar as regiões que têm uma demanda maior e estabelecer um cronograma de trabalho que seja justo e não baseado em critérios políticos, definidos pelo governador e seus apadrinhados, como foi feito no passado.
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Dr. Rosinha (PT)
A presidente Dilma, quando ocupava a Presidência, criou um programa de atendimento aos municípios e suas estradas rurais. Esse programa fazia entrega de caminhões, retroescavadeiras e patrolas a esses municípios. Também fazia orientação e treinamento de técnicos. Eu, como governador, criarei também um programa de atendimento às estradas rurais. Sei que uma das grandes dificuldades é a falta de máquinas ou a manutenção. Ajudarei a fazer a manutenção e, se necessitar mais, faremos um programa estadual para aquisição.
Jorge Bernardi (Rede)
A rede municipal de rodovias é de 102 mil quilômetros. Vamos implantar, em convênio com os municípios, as Rodovias do Produtor que vão ligar as sedes municipais e as rodovias estaduais e federais às regiões agrícolas dos municípios.
Ogier Buchi (PSL)
É preciso trabalhar com uma forte parceria entre governo e prefeituras. O programa Patrulha do Campo, do governo Beto Richa, é uma boa ideia. Temos que admitir. Eu pretendo fazer algo nessa linha. Mas, no meu caso, sem corrupção. Já que apenas 62% dos reparos prometidos foram cumpridos, com um investimento de R$ 70 milhões. Não tenho como fazer mágica, porque me sobra pouco do orçamento para todas as demandas. Mas, com trabalho sério, sem desvios, com cobrança em cima das empreiteiras e contato frequente com as prefeituras, é possível fazer.
2. A melhora da integração logística com os vizinhos do Sul e a criação de uma política tributária comum envolvendo os estados da região são duas reivindicações do setor produtivo do estado. Quais os planos do senhor para atender a esses pedidos?
Ratinho Junior (PSD)
Uma política tributária comum entre os estados do Sul, Mato Grosso do Sul e até São Paulo é fundamental para nós. Vou fortalecer o grupo de trabalho que está discutindo a política tributária do ICMS dos estados do Sul mais o estado de São Paulo. Esse grupo conta com a participação dos governadores e pretende a harmonização tributária do ICMS para diversos setores, especialmente o agronegócio. Esse debate é uma necessidade, pois a guerra fiscal prejudica a todos. Temos que buscar uma equalização tributária possível com os outros estados da federação para garantia de competitividade da nossa produção.
Cida Borghetti (PP)
Pretendo retomar, dentro do Codesul, um trabalho de criação de corredores envolvendo rodovias federais e estradas estaduais. Liderar uma frente de governadores para que a ferrovia Norte-Sul atravesse as áreas agrícolas mais produtivas dos três estados e esteja conectada com a malha rodoviária e ferroviária. Vamos tirar do papel a ferrovia entre o Litoral paranaense e o Mato Grosso do Sul, que vai passar por Cascavel e Guaíra e ter ramais em direção à fronteira. Em relação à questão tributária, nosso governo estará sempre aberto à discussão de soluções que ajudem a promover a melhoria da competitividade do setor produtivo, no campo ou na cidade.
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João Arruda (MDB)
É preciso definir questões como a substituição tributária que Santa Catarina já acabou. Fui o único candidato que estabeleceu esse compromisso e vou cumprir. Assim como é preciso rever a política tributária para as pequenas empresas e as similaridades da política fiscal que cada estado oferece. Acredito que o Paraná não pode perder nos benefícios que os outros estados oferecem. Porque a gente acaba empurrando os empresários daqui para lá. No setor agrícola é da mesma forma. Existem critérios adotados nos estados vizinhos e que aqui nós temos mais rigor. Então, é preciso equilibrar melhor essa questão para que o estado não sai perdendo para os vizinhos.
Dr. Rosinha (PT)
Essas questões passam muito pelo governo federal. Não há como se fazer uma reforma tributária que atenda às exigências e necessidades da federação sem passar por uma reforma tributária a nível federal. Cabe ao governador reunir-se com os demais governadores do Sul para traçar projetos e planos da área e os três trabalharem junto à União para serem atendidos. Também cabe debater uma política de ICMS comum. Porque não dá para fazer do ICMS e da concessão de subsídios tributários uma guerra. Uma região tem que ter política comum, plano comum e ação comum para se desenvolver. E isso nós faremos.
Jorge Bernardi (Rede)
A reforma tributária do atual governo prejudicou muito a atividade econômica do Paraná. O aumento do ICMS da energia e de 95 mil itens tirou competitividade das empresas paranaenses. Vamos rever este aumento de tributos e negociar com os estados vizinhos para acabar com a guerra fiscal. Também vamos trabalhar junto ao governo federal para duplicar a BR-116 até Rio Negro. Mas a logística só vai melhorar quando tivermos uma ferrovia cortando o Brasil pela região Oeste dos três estados do Sul.
Ogier Buchi (PSL)
É de vital importância, para uma integração com os outros estados do Sul, a duplicação da PR-280, no Sudoeste, entre Realeza e Palmas. Vou resolver as questões logísticas com financiamentos externos. Basta balancear o orçamento e ter capacidade de gestão, visão de futuro e estabelecer para o Paraná metas de crescimento. Sobre a política tributária comum, é um assunto no qual tenho bastante conhecimento. Vamos ter que esperar o resultado das eleições nos outros estados para poder dialogar com os governadores. É possível fazer um bom trabalho, com estudo, com pensamento focado.
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