O presidenciável Jair Bolsonaro (PSL) fez 3.496.448 votos (56,89%) no Paraná no primeiro turno e venceu os concorrentes em 310 das 399 cidades, enquanto Fernando Haddad (PT) conquistou os votos de 1.210.974 eleitores (19,70%) e venceu em 89 cidades, principalmente naquelas historicamente ligadas aos movimentos sociais nas regiões Oeste e Sudoeste do estado.
Veja abaixo quem foram os principais cabos eleitorais dos dois candidatos ao longo deste segundo turno, no Paraná:
O time de Haddad
Os principais coordenadores da campanha do petista no Paraná foram Angelo Vanhoni, secretário geral do partido e ex-deputado estadual, e Mirian Gonçalves, que se candidatou ao Senado e não foi eleita. As principais atenções da legenda estiveram nas cidades historicamente ligadas à sigla e no contato com os movimentos sociais. Houve até uma espécie de divisão interna para que cada cabo eleitoral se dedicasse ao próprio setor (educação, luta pela terra ou sindicatos, por exemplo) e reduto (capital ou interior).
O PT também apostou no desgaste do candidato do PSL na esteira do #EleNão, movimento suprapartidário que reuniu milhares de pessoas no sábado passado (20) em diversas cidades do Paraná. Já no dia 28, na sede do MDB, além do apoio de lideranças de seis partidos, Haddad recebeu suporte da CUT, CTB, Força Sindical, Conlutas e movimentos sociais do campo.
Angelo Vanhoni e Mirian Gonçalves
Angelo Vanhoni foi o principal articulador da campanha de Haddad no Paraná. Ele ajudou a agrupar o apoio dos demais partidos e as bases da sigla pelo interior. Mirian Gonçalves, ex-vice-prefeita de Curitiba, ficou responsável pela coordenação na capital e região metropolitana, onde Bolsonaro chegou a fazer mais de 60% dos votos. Os deputados estaduais e federais eleitos (Tadeu Veneri, Professor Lemos, Arilson Maroldi Chiorato, Luciana Rafagnin, Zeca Dirceu e Enio Verri) também ajudaram na campanha.
Roberto Requião
O senador Roberto Requião, que não conseguiu se reeleger, passou por uma pequena intervenção cirúrgica na próstata nos últimos dias, mas também se dedicou a fazer campanha para Haddad no Paraná. O emedebista tem um alinhamento natural com o PT e diz que uma eventual vitória do candidato do PSL pode representar um retrocesso histórico. “O perigo representado por Bolsonaro não se resume ao seu histrionismo, seus preconceitos, sua intolerância, seu analfabetismo político. O verdadeiro perigo, o perigo mortal, é a destruição do Estado, da nacionalidade brasileira, reduzindo o nosso país a mero apêndice dos interesses geopolíticos das potências ocidentais”, afirmou, em um vídeo divulgado nas suas redes sociais.
Gleisi Hoffmann
Presidente nacional do PT e uma das pessoas mais próximas ao ex-presidente Lula (PT), Gleisi foi a quarta deputada federal mais votada e tem um eleitorado fiel no Paraná. Além da campanha estadual, ela defende os interesses da sigla em nível nacional. Neste segundo turno, disse na tribuna do Senado que Bolsonaro é responsável por “fraudar o processo eleitoral através de esquemas de WhatsApp”. A campanha pediu investigação sobre o assunto à Polícia Federal e ao Tribunal Superior Eleitoral.
O time de Bolsonaro
O PSL teve cinco cabos eleitorais muito fortes no Paraná: Fernando Francischini (PSL), Felipe Francischini (PSL), Sargento Fahur (PSD), Paulo Martins (PSC) e Pedro Lupion (DEM). O primeiro foi eleito deputado estadual com a maior votação da história do Paraná e os quatro últimos receberam votações expressivas para a Câmara Federal. Todos têm adotado duros discursos antipetistas.
O PSL é um partido pequeno e não tem muitas estruturas regionais, por isso conta com o apoio de movimentos sociais da nova direita, que ajudaram a organizar os protestos do impeachment de Dilma Rousseff (PT), prefeitos e vereadores pelo interior, além de empresários.
O PSL também reuniu centenas de lideranças políticas pró-Bolsonaro em Curitiba, no tradicional Restaurante Madalosso, no último dia 23. Na semana anterior, o presidenciável recebeu o apoio de Ratinho Junior (PSD), eleito no primeiro turno com 60% dos votos válidos, que participou mais ativamente da campanha pela eleição do capitão da reserva.
Fernando Francischini e Felipe Francischini
Fernando Francischini foi o principal cabo eleitoral de Bolsonaro no Paraná desde o ano passado. O futuro deputado estadual também é uma das principais lideranças antipetistas do país. Ele foi o articulador dos atos de campanha, das carreatas, e das ideias difundidas nas redes sociais. O filho Felipe, eleito deputado federal, também ajudou a alimentar a base de apoio do candidato e manteve contato frequente com aliados no interior.
Ratinho Junior
O governador eleito se reuniu com Bolsonaro e Onix Lorenzoni (DEM), virtual ministro da Casa Civil, no dia 17. As pautas do encontro giraram em torno dos projetos de segurança pública (Muralha Digital, Olho Vivo, Cidade da Polícia) apresentados por Ratinho ao longo da campanha, e também de proteção da fronteira. O novo governador também participou de atos públicos em prol do eleição. Bolsonaro foi um dos primeiros líderes políticos do país a ligar para Ratinho no dia das eleições, ainda durante a apuração.
Sargento Fahur e Paulo Martins
Apesar de não constarem como articuladores junto ao presidenciável, ajudaram a propagar as ideias de Bolsonaro nas redes sociais. Fahur defende a tese de que “bandido bom é bandido morto” em todas as suas postagens, inclusive com o chavão “um CPF a menos”. Ele é do mesmo partido de Ratinho e faz campanha pelo armamento e por legislação penal mais rígida. Paulo Martins é comentarista da Rede Massa, afiliada do SBT no Paraná, e foi uma das principais lideranças dos protestos que atingiram o petismo desde a reeleição de Dilma. Ele foi eleito deputado federal e também apresenta um programa online (Jornal do Povo) em que ataca governos e programas de esquerda.
Pedro Lupion
Eleito deputado federal neste ano, Pedro Lupion tem como padrinho de casamento o futuro chefe da Casa Civil em um governo Bolsonaro, o gaúcho Onix Lorenzoni. Além disso, o pai dele, Abelardo Lupion, exerceu seis mandato seguidos na Câmara Federal em parceria com Bolsonaro. Essa proximidade levou os Lupion a trabalharem em prol do presidenciável do PSL no Paraná, a ponto de encabeçarem a coleta formal do apoio de mais de 3 mil prefeitos de todo o país à candidatura bolsonarista. Abelardo Lupion, inclusive, é um nome especulado para ocupar um cargo importante no governo federal.
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