Paulo Salamuni (PV), Plínio Destro (PSC), Vilson Basso (Rede) e Flávio Vicente (Rede) são os novos suplentes do Senado pelo Paraná. Eles foram eleitos na esteira dos votos do Professor Oriovisto Guimarães (Podemos) e Flávio Arns (Rede), que têm mandatos até 2026, e eventualmente podem ocupar a cadeira principal em votações importantes na Casa Alta. Oriovisto e Arns deixaram para trás os ex-governadores Beto Richa (PSDB) e Roberto Requião (MDB) no último domingo (7).
Eles têm atuações destacadas nas regiões de Curitiba, Maringá e Cascavel - a cidade do Oeste conta com dois suplentes - e se alinham no otimismo com a mudança de perfil no Senado Federal. Três têm bagagens políticas destacadas no currículo e apenas Vilson Basso se aventura pela primeira vez na vida pública. Os perfis profissionais divergem: dois são empresários, um é advogado e o outro é professor universitário.
Os quatro se juntam a Severino Araújo (PSB), segundo suplente do senador Alvaro Dias (Podemos), eleito em 2014. O primeiro suplente, Joel Malucelli, empresário denunciado por corrupção passiva e fraude a licitação pelo Ministério Público do Paraná (MP-PR), pediu licença do cargo.
Dos 81 senadores eleitos nas eleições de 2010 e 2014, 41 se ausentaram em algum momento da legislatura e foram substituídos pelos suplentes. O principal motivo foi a nomeação para algum cargo no governo federal.
Paulo Salamuni
O nome mais conhecido é o de Paulo Salamuni (PV), 58, vereador em Curitiba durante sete mandatos, ex-presidente da Câmara Municipal e prefeito da cidade por dez dias. Ele também foi secretário de Desenvolvimento Social de Curitiba (1987-1988) na época em que a cidade remodelou o sistema de creches e CMEIs, ajudou a fundar o Centro Acadêmico de Direito da PUC-PR e é autor de inúmeros projetos de lei, entre eles o que implementou a TV Câmara Municipal e o que ajudou a regulamentar as licitações e contratos da administração pública.
Salamuni já foi candidato a vice-prefeito de Curitiba, deputado federal, senador e governador. Ele participou das últimas oito eleições.
O ex-vereador conheceu Oriovisto em 1978, quando o então professor começou a dar aulas em Curitiba. Voltaram a ter contato quando o agora senador eleito era reitor da Universidade Positivo, entre 1986 e 1990, e o pai de Salamuni, Riad Salamuni, reitor da Universidade Federal do Paraná (UFPR). Mas a aproximação de fato só ocorreu quando Oriovisto o convidou para assumir a primeira suplência do Senado durante as negociações das chapas, em julho deste ano.
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“Ele depositou a confiança em mim, no meu currículo público, e me chamou”, afirma o ex-vereador. “A cada dois anos eu disputo uma eleição, então usei toda a experiência para ajudar também na coordenação da campanha dele ao Senado. Ele manteve a mesma postura, quando estava com zero nas pesquisas e quando apareceu com 22 pontos. É um sujeito que fez campanha de carro pelo interior do Paraná.”
Salamuni afirma que vai se pautar pelas questões ambientais, caras ao seu partido, e também pelo corte de privilégios e reformas (tributária e previdenciária).
Plínio Destro
Plínio Destro, 67, é natural de Viaduto, no Rio Grande do Sul, mas tem base política em Cascavel. Ele foi eleito para assumir a segunda suplência do Senado na chapa de Oriovisto.
Tem um pé na vida pública e outro na iniciativa privada. Ele foi vice-prefeito de Cascavel entre 1992 e 1996, época em que respondeu também pela Secretaria de Indústria e Comércio. Presidiu a Associação Comercial e Industrial da cidade (ACIC) na gestão 1990-1991 e atualmente preside o Conselho Superior da entidade. Também comandou o Futebol Clube Cascavel e passou pela Fecomércio (Federação do Comércio do Paraná) e Sindilojas (Sindicato dos Lojistas e do Comercio Varejista de Cascavel e região Oeste do Paraná) por vários anos.
A última tentativa na vida pública foi em 2008, quando foi candidato a vice-prefeito da cidade na chapa de Dr. Lísias Tomé (PSC). A dupla ficou em quinto naquele ano.
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Além disso ele tem uma empresa do ramo atacadista, é produtor rural de soja, milho e culturas de inverno e tem atuação no ramo imobiliário (herança da família), com condomínios e loteamentos. “Cascavel tem a fama de ser um celeiro de pilotos de corrida e políticos. Eu me aproximei de Oriovisto pela atuação na área empresarial e ele me convidou para ser suplente”, conta.
A eleição de Oriovisto Guimarães e Ratinho Junior (PSD) teve o apoio do prefeito da cidade, Leonaldo Paranhos (PSC), ligado ao mesmo grupo político.
Vilson Basso
Vilson Basso, 50, é dono de uma empresa têxtil com foco em enxovais, cortinas e edredons. Ele começou a carreira política no PSDB, quando foi convidado para ser candidato a prefeito, mas optou pela mudança para a Rede quando começou a se aproximar de Flávio Arns por conta do trabalho na Apae de Cascavel. Esse é o primeiro ingresso político da carreira de Basso.
O primeiro suplente tem dois filhos com distrofia muscular que são cadeirantes. Eles têm 13 e 10 anos. Foi o que aproximou ele e a mulher da Apae, onde cumpriu dois mandados como presidente. Foi um dos responsáveis por implementar o método pediasuit (terapia intensiva com macacão terapêutico ortopédico para ativar a participação motora dos pacientes) no local, o que facilitou o atendimento a cerca de 450 crianças.
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O trabalho o catapultou para a Federação das Apaes do Estado do Paraná, na qual Flávio Arns tem forte influência. Ele também já foi representante de Cascavel e região na Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep) e tem atuação na associação comercial local.
“O que combinei com o Flávio é de ser um interlocutor no Oeste e Sudoeste do Paraná. Vou concentrar as demandas da região. Mas o objetivo é ouvir todo o Paraná, compartilhar as sugestões”, afirma. Basso destaca que as principais bandeiras da parceria serão o fim do foro privilegiado, a readequação do pacto federativo para atrair mais investimentos para os municípios, e tributação mais simples para que as empresas invistam no Brasil.
Flávio Vicente
Flávio Vicente é professor universitário em Maringá há vinte anos. Ele dá aulas de gestão, marketing, pesquisa de mercado e metodologias. Tem graduação e mestrado em Administração e uma segunda graduação em assistência social. No aspecto pessoal, também foi microempresário da área da comunicação externa, membro da Associação dos Profissionais de Propaganda do Paraná (APP) e presidente do Rotary Clube da cidade.
No plano político, passou por três partidos (PPS, PSDB e Rede) e conquistou cadeiras no Legislativo municipal com os dois últimos. Em 2012 se tornou o primeiro vereador da Rede eleito no Paraná.
Vicente começou a carreira política em 2004 como candidato a vereador pelo PPS. Dois anos depois tentou uma vaga de deputado federal, mas fez 8.972 votos e não foi eleito. Logo em seguida migrou para o PSDB e foi eleito vereador, em 2008. Em 2010 tentou uma vaga na Assembleia Legislativa do Paraná, mas não conseguiu. Em 2012 foi eleito novamente vereador e em 2016 tentou a prefeitura, mas ficou em quinto nas eleições conquistadas por Ulisses Maia (PDT).
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Nesse tempo passou pelas secretarias de Indústria Comércio e Turismo (2005-2006) e de Assistência Social e Cidadania de Maringá (2013-2014), quando se aproximou de Flávio Arns com mais intensidade, até ser lembrado para uma vaga na segunda suplência.
“A ideia do senador é ter interlocução regional no Norte, aproximar o mandato das demandas locais. Tenho um contato muito grande com empresas do terceiro setor. Ele também pediu atenção para políticas do idoso, criança e adolescente, e comunidades terapêuticas. E pela minha interlocução com o setor produtivo tentar aproximar conceitos de inovação, tecnologia, e política econômica”, destaca.
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