Osmar Dias (PDT), pré-candidato ao governo do estado do Paraná| Foto: Albari Rosa/Gazeta do Povo

Ao lado da vice-governadora Cida Borghetti (PP) e do deputado estadual Ratinho Jr. (PSD), o ex-senador Osmar Dias (PDT) forma a trinca de favoritos para a eleição ao governo do estado no ano que vem. A menos de um ano do pleito, porém, ele é o único que tem a situação partidária indefinida. Assediado por pelo menos quatro legendas, o pedetista calcula pacientemente o passo que tomará e só vai anunciar sua decisão às vésperas do prazo fatal de 7 de abril.

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A precaução de Osmar, em grande medida, se deve às alianças que o derrubaram nas outras duas vezes em que ele tentou se eleger governador. Em 2006, um vice do PP com uma dezena de processos judiciais nas costas pode ter lhe custado os 10 mil votos da derrota para Roberto Requião (PMDB). Já em 2010, enquanto o então aliado Requião e o PT foram um fardo pesado demais para carregar, metade dos deputados estaduais peemedebistas trabalhou a favor de Beto Richa (PSDB).

Calejado por essas experiências, o ex-senador agora observa as movimentações do tabuleiro com certo distanciamento e tenta não antecipar uma decisão que praticamente definiria o cenário eleitoral no estado com um ano de antecedência. “Neste momento, qualquer movimento precipitado define o arco de alianças fora de época. Ainda tem muita água para passar embaixo da ponte. Essa decisão vai depender de uma avaliação do ponto de vista não só estadual, mas também nacional”, afirma Celso Silva, braço-direito de Osmar na construção da pré-campanha ao governo. “Isso [a questão partidária] só vai ser definido dentro do calendário eleitoral, provavelmente até o final de março.”

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Por ora, segundo Silva, o pedetista tem concentrado esforços em elaborar o plano de governo. Isso tem ocorrido por meio de reuniões quinzenais em todo o estado, para mapear as demandas de cada região apresentadas por lideranças empresariais, entidades de classe etc. “É óbvio que a sigla e os arcos de aliança são necessários e indispensáveis para disputar uma eleição com musculatura. Mas agora é o momento de identificar os gargalos do estado e apresentar alternativas dentro da realidade que o país está vivenciando.”

Futuro em aberto

A princípio, a decisão mais natural de Osmar seria permanecer no PDT, no qual está filiado desde 2002 e é o maior expoente em nível estadual. Esse cenário, no entanto, significaria estar atrelado a uma candidatura presidencial do PT ou do próprio PDT − na figura do ex-ministro Ciro Gomes −, o que, diante da linha diametralmente oposta pela qual caminha a maior parte do eleitorado paranaense, representaria uma candidatura com alto risco de fracasso.

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Diante disso, pelo menos quatro partidos já procuraram o ex-senador desde que ele anunciou sua intenção de concorrer ao Palácio Iguaçu, um ano atrás. Dois deles estão na base atual de Richa: PSB e DEM. Por um lado, qualquer um desses destinos traria uma parcela importante da máquina do governo para o lado de Osmar, minaria parte do apoio que hoje parece ir em direção a Ratinho e, de quebra, angariaria votos pelo interior por meio de alguns dos principais deputados estaduais do atual mandato. O ônus, no entanto, poderia ser pesado: o fantasma da reprovação de Richa sobre os ombros de Osmar, ainda que indiretamente.

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Outro assédio tem sido feito pelo Podemos, capitaneado pelo senador Alvaro Dias. Colar no irmão, que, segundo as pesquisas, tem grandes chances de ser o candidato a presidente da República mais votado no Paraná, representaria um diferencial fundamental em relação aos demais concorrentes. Mas isso poderá ser insuficiente para compensar o fato de estar em uma legenda pequena, sem ramificações no estado nem tempo de televisão na propaganda eleitoral.

Por fim, mais como forma de marcar posição, aparece um convite feito a Osmar pelo nanico PHS.