Dos 13 candidatos a presidente da República, sete não possuem um palanque puro no Paraná, ou seja, pertencem a siglas que ou não lançaram candidato próprio ao Palácio Iguaçu ou se aliaram a outra legenda, abrindo mão da cabeça da chapa. São eles: José Maria Eymael (DC), João Vicente Goulart (PPL), Alvaro Dias (PODE), Cabo Daciolo (PATRI), Ciro Gomes (PDT), Geraldo Alckmin (PSDB) e João Amôedo (NOVO).
Os “sem palanque”
O Democracia Cristã (DC), legenda de Eymael, não lançou candidato ao governo do Paraná, mas fez uma aliança com o nome da Rede Sustentabilidade (REDE) ao Palácio Iguaçu, Jorge Bernardi. A despeito disso, o ex-vereador de Curitiba já avisou que dará palanque à presidenciável Marina Silva (REDE), e não a Eymael. Bernardi também não consegue abrigar João Vicente Goulart, candidato ao Palácio do Planalto pelo PPL, sigla que também dá suporte ao nome da REDE no Paraná.
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Já o Patriotas (PATRI), do Cabo Daciolo, enfrenta uma situação mais complexa. O PATRI também não lançou candidato próprio ao governo do Paraná, mas articulava junto com o PTC uma aliança com o PSL de Ogier Buchi. O registro de candidatura de Buchi, contudo, pode não vingar, já que o próprio presidenciável do PSL, Jair Bolsonaro, resolveu murchar a campanha do correligionário. Em uma gravação divulgada nesta quarta-feira (15), Bolsonaro diz com todas as letras que apoia Ratinho Junior ao governo do Paraná, e não Buchi.
Se Buchi confirmar desistência, Bolsonaro engorda a lista dos presidenciáveis sem palanques diretos no Paraná, já que Ratinho está filiado ao PSD.
Já o Partido Novo (NOVO), do presidenciável João Amôedo, resolveu se concentrar exclusivamente na disputa nacional – não lançou candidato próprio ao governo do Paraná e nem se aliou a outro postulante no plano estadual.
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Os “sem palanque, mas...”
Embora estejam filiados a legendas que não encabeçam chapas ao governo do Paraná, os presidenciáveis Alvaro Dias, Ciro Gomes e Geraldo Alckmin vivem situações diferentes dos colegas já citados. O Podemos (PODE), sigla formatada por Alvaro Dias, integra a chapa de Ratinho Júnior (PSD) ao governo do Paraná. E outro elemento ainda reforça tal união: o PSC, que figura como vice de Alvaro Dias via Paulo Rabello, é, no Paraná, um partido político controlado por Ratinho.
Mas, na prática, as presenças de Alvaro e de Ratinho no mesmo palanque não é simples. No plano nacional, o PSD desistiu da candidatura própria para sustentar o nome de Geraldo Alckmin (PSDB) à presidência da República.
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E o cenário segue peculiar: no Paraná, o PSDB de Geraldo Alckmin pertence à chapa de Cida Borghetti, candidata do PP ao Palácio Iguaçu. Ou seja, Cida e Ratinho, adversários na esfera estadual – embora ambos tenham participado da gestão Beto Richa (PSDB) no governo do Paraná -, estão em tese ligados ao mesmo nome em Brasília, Geraldo Alckmin.
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Na noite de quinta-feira (16), em entrevista à imprensa pouco antes de entrar no debate promovido pela TV Bandeirantes, Ratinho disse estar “agradecido” com as palavras de Bolsonaro, mas admitiu que, na prática, está ao lado de Alvaro. “Nosso partido se coligou com o Geraldo Alckmin. Mas, como paranaense, acho importante prestigiar o protagonismo do senador Alvaro Dias. Como paranaense tenho obrigação de apoiá-lo”, revelou ele.
O pedetista Ciro Gomes também não tem candidato próprio na corrida local, mas o PDT resolveu abraçar a candidatura de João Arruda, do MDB, após a desistência de Osmar Dias (PDT), aos 45 do segundo tempo, e na sequência do anúncio da costura do irmão Alvaro Dias com o PSC. Mas a presença real de Ciro no palanque de Arruda é uma incógnita, já que o MDB tem candidato próprio ao Palácio do Planalto, via Henrique Meirelles.
Principal figura do MDB paranaense, o senador Roberto Requião rejeita publicamente a candidatura de Meirelles e é ferrenho opositor da gestão Temer, tal qual Ciro. Já Arruda não tem o mesmo discurso de Requião. Na Câmara dos Deputados, foi fiel a propostas da gestão Temer e até serviu de cicerone a Meirelles, na última visita do ex-ministro a Curitiba.
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Os “com palanque”
Meirelles integra a lista dos seis presidenciáveis que, em tese, têm um palanque próprio no Paraná, ou seja, possuem o suporte de um candidato ao Executivo estadual com a mesma filiação partidária. Além dos emedebistas Meirelles e Arruda, também farão dupla durante a campanha eleitoral os candidatos do PT, Lula e Dr. Rosinha; os candidatos do PSOL, Guilherme Boulos e Professor Piva; os candidatos do PSTU, Vera e Ivan Bernardo; os candidatos da REDE, Marina Silva e Jorge Bernardi; e os candidatos do PSL, Bolsonaro e Ogier Buchi, ainda que o primeiro já tenha dispensado o segundo.
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