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Cida Borghetti (PP) teve participação criticada no debate da TV Band, nesta quinta-feira (16). | Albari Rosa/Gazeta do Povo
Cida Borghetti (PP) teve participação criticada no debate da TV Band, nesta quinta-feira (16).| Foto: Albari Rosa/Gazeta do Povo

O desempenho da governadora Cida Borghetti (PP) no 1º debate televisivo entre candidatos ao Palácio Iguaçu, transmitido na noite desta quinta-feira (17) pela TV Band Paraná, ficou longe de ser um dos mais memoráveis de sua carreira. Na estrada política desde a década de 1990, a pepista viu o alcance de suas propostas encolher diante de respostas imprecisas e de uma postura um tanto insegura - o que pode enfraquecer sua imagem na próxima etapa da campanha.

Única postulante mulher entre o grupo dos seis selecionados para o programa, Cida transitou entre o conforto e a instabilidade. Das cinco perguntas direcionadas a que tinha direito de emplacar, três foram para o candidato Ogier Buchi (PSL) , que corre o risco de deixar a campanha eleitoral. Situação que reforça o que se comenta nos bastidores, de que o registro de Buchi teria sido costurado por Ricardo Barros (PP), interlocutor e marido da governadora, justamente para ajudá-la a chegar ao segundo turno. As partes, evidentemente, negam.

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Além disso, eleitores usaram as redes sociais para questionar a falta de intimidade da governadora com propostas consideradas básicas no plano de governo. “Infelizmente esperava mais da candidata Cida Borghetti. Já pelo despreparo de falar em público, muitas vezes propostas sem nexo e uma linha de raciocínio [sic]”, comentou um internauta pelo Twitter. “Cida Borghetti não conseguiu concluir umas dez falas”, escreveu outro, em referência ao fato de a candidata não ter conseguido concluir respostas no prazo estabelecido pela organização do debate.

Na avaliação de Ary Azevedo, professor adjunto do Departamento de Comunicação e do Programa de Pós Graduação em Comunicação da Universidade Federal do Paraná (UFPR), Cida realmente entrou no debate com uma postura insegura, enquanto seu adversário maior, Ratinho Junior (PSD) , foi “morno” e João Arruda (MDB) “teve seu momento de destaque”. “Analisando a articulação deles nesse primeiro momento, pode ser que Arruda cresça muito roubando votos da Cida e levando, possivelmente, o voto dos indecisos que não querem mais os mesmos na política. Se teve alguém que perdeu nesse debate foi a Cida”, analisa.

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De acordo com Luciana Panke, também professora da UFPR e especialista em Comunicação Política, as campanhas eleitorais são construídas em uma dinâmica própria, que leva em conta, entre outros pontos, a oratória, o apoio do partido, o discurso dos adversários e a própria desenvoltura do candidato. “Com essa postura ela pode se fortalecer gerando uma identificação com o público, mas também prejudicar a percepção da população, fazer as pessoas repensarem o voto nela”, justifica.

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Ressalva

Mas ainda que a capacidade de se comunicar seja algo imprescindível para o sucesso de um candidato, Panke alerta que peculiaridades do universo político tradicional não podem ser ignoradas nesse caso; entre elas, o fato de Cida ter sido a única mulher entre o grupo participante do programa. “Ela realmente perdeu a fluência na fala, mas isso não aconteceu só com ela. Com outros candidatos também”, diz. Por isso, conforme a professora, a avaliação do desempenho de um candidato não está atrelada a fatos isolados, mas sim à campanha como um todo. “Seria simplista afirmar que o desempenho em um debate pode ser determinante para o voto. O cenário eleitoral é dinâmico e muitos fatores influenciam o resultado final. A campanha está apenas começando oficialmente”, completa.

Pesquisa* mais recente classifica Cida como a segunda candidata mais bem posicionada entre os eleitores, com 20,2% das intenções de voto. À frente dela, com 45%, está o deputado estadual licenciado Ratinho Junior.

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Em seu plano de governo registrado no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Cida se comprometeu a fazer uma gestão “firme”. Disponibilizado nesta quinta-feira (16), o documento tem 21 páginas, ao longo das quais a candidata expõe as principais políticas que pretende implantar caso ganhe a disputa eleitoral e defende “tornar os serviços públicos mais eficientes, simples e sem burocracia” e assume o compromisso de promover o crescimento sustentável do Paraná.

*Pesquisa IRG. Metodologia: 1.250 entrevistados em 75 cidades no Paraná de 9 a 14 de ago/2018. TSE: PR-09806/2018. Margem de erro: 2,8 pontos percentuais. Confiança: 95%

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