| Foto: Reprodução/Facebook

Donos de bares e de restaurantes de Curitiba se manifestaram publicamente, neste fim de semana, contra a forma como vêm sendo conduzidas as operações da Ação Integrada de Fiscalização Urbana (Aifu). Os empresários apontam o que consideram abusos e excesso de ostensividade policial nas ações, que acabariam por constranger frequentadores. A Aifu é uma espécie de força-tarefa composta pela Polícia Militar (PM), por diversas secretarias municipais e pela Vigilância Sanitária, que tem como objetivo principal vistoriar alvarás e as condições de funcionamento dos estabelecimentos.

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Parte das críticas se concentra no fato de as operações serem realizadas nas noites de sextas e sábados, em horários em que os estabelecimentos registram maior movimento. Uma das casas vistoriadas no último fim de semana foi o restaurante Don Max, localizado no bairro Água Verde. Segundo o proprietário do estabelecimento, Paulo Zanatta, havia pelo menos sete viaturas da PM com giroflex ligados e outros sete carros oficiais. Ele disse que a dimensão da operação causou constrangimento entre os clientes.

“É sempre sexta-feira, às 9 [horas] da noite, quando a cozinha está lotada de pedidos. Por que fazer uma fiscalização de alvarás nesse horário de maior movimento? É constrangedor demais, é abusivo demais. Tem cliente que cancela pedido e vai embora. Teve um menino que entrou debaixo da mesa, chorando, com medo”, disse Zanatta.

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“Nós estamos cansados da maneira como tratam a gente. Em mais de 20 anos, é a primeira vez que estou pensando em parar. Em vez de ajudar, de orientar, parece que eles querem complicar a vida da gente”, completou o empresário.

Pelo Facebook, o empresário Jeff Sabbag também se manifestou. O estabelecimento dele – o Dizzy Café – não foi alvo da fiscalização, mas ainda assim ele criticou a forma da operação. Ressaltou que a categoria quer ser fiscalizada, mas não durante o período de maior movimento e em “mega-operação exibicionista de fiscalização”. “Ao menor deslize, falta de algum papel ou carimbo, ou um atraso numa taxa é o suficiente para o bar ou restaurante ser fechado na frente do cliente, numa 6a ou sábado... dias de maior movimento!”, escreveu.

A Associação Brasileira de Bares e Casas Noturas (Abrabar) também questionou a ostensividade e o horário das operações. “Não há necessidade disso. A gente sempre fala que é importante fiscalizar, mas vão todos numa van, em um horário diferente. Isso assusta os turistas, os frequentadores. Não precisa mostrar força em uma ação de fiscalização. A gente defende o reforço de policiamento, mas no entorno, onde haja reduto de marginais”, disse o presidente da Abrabar, Fábio Aguayo, que também responde pelo Sindicato de Bares e Casas Noturnas.

Posicionamento

Por se tratar de um domingo – em que o expediente administrativo funciona em regime de plantão –, a assessoria de comunicação da Polícia Militar não conseguiu localizar os responsáveis pela operação. A corporação deve se manifestar na segunda-feira (28). A prefeitura de Curitiba informou que o comando da Aifu é da PM.