Desde a morte do ex-deputado federal Luciano Pizzatto, no último 21 de março, o Escritório de Representação do Paraná em Brasília segue sem comando oficial. Na prática, a equipe de 12 pessoas antes comandada por Pizzatto permanece há mais de um mês com as tarefas do dia-a-dia do escritório, localizado no Setor Bancário Norte da capital federal.
Entre as atividades habituais do grupo, explicou o chefe de Gabinete Henrique Di Luca, está, por exemplo, a de avisar e orientar os prefeitos dos municípios paranaenses quando o governo federal abre prazo para cadastrar propostas que eventualmente podem receber recursos. “Também temos uma demanda grande das secretarias do governo do Paraná. O escritório não está parado. Mas é claro que estamos no aguardo para saber quem ficará no comando, se haverá uma nova diretriz”, resumiu Di Luca, durante entrevista à Gazeta do Povo, nesta quinta-feira (26).
Logo depois da morte de Pizzatto também houve uma troca de gestão: Cida Borghetti (PP) assumiu o governo do Paraná no último dia 6, com a renúncia de Beto Richa (PSDB). Desde então, ela tem anunciado os novos nomes da sua administração a conta-gotas.
Cida ainda não definiu quem deve substituir Pizzatto, cuja saída do escritório de Representação do Paraná estava sendo ensaiada por causa das eleições. Pizzatto teria confessado a aliados que tinha pretensões de se candidatar a deputado federal para o pleito de outubro.
No comando do escritório em Brasília, Pizzatto era o responsável pela articulação política de temas paranaenses junto ao governo federal. Na sua curta passagem pelo cargo (cerca de dez meses), Pizzatto trabalhou, por exemplo, pelo andamento do último empréstimo internacional obtido pela gestão Beto Richa, no final de 2017 - cerca de R$ 760 milhões do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) para obras de infraestrutura. Ele também organizou reuniões com embaixadores na tentativa de aproximar o Paraná de investidores estrangeiros.
O atual chefe de Gabinete, Henrique Di Luca, estaria entre os cotados para substituir Pizzatto. Formado em Relações Internacionais e com pós-graduação em sociologia política, Di Luca trabalhou na gestão Cassio Taniguchi, na prefeitura de Curitiba, e também na Coordenação da Região Metropolitana de Curitiba (Comec) e na Companhia Paranaense de Gás (Compagas), ambos ligados ao governo do Paraná. Mudou-se para Brasília há cerca de um ano, justamente para atuar no Escritório de Representação do Paraná.
A Gazeta do Povo apurou, contudo, que o novo nome não deve escapar à tradição: o cargo geralmente é reservado a um político. Já passaram por lá, por exemplo, os ex-deputados federais Alceni Guerra e André Zacharow.
Por enquanto, quem abarca a articulação política em Brasília é o atual secretário-chefe da Casa Civil de Cida Borghetti, o deputado federal licenciado Dilceu Sperafico (PP-PR). Sem orçamento próprio, o escritório inclusive está formalmente vinculado à Casa Civil, que em 2018 reservou até R$ 486 mil para manter o braço na capital federal. No ano passado, o escritório custou R$ 377 mil. Os valores foram informados pela Casa Civil.
Inquérito sem desfecho
Pizzatto morreu aos 60 anos de idade, em um quarto do Hotel Nacional, em Brasília, possivelmente devido a um “mal súbito”. As causas da morte, contudo, ainda não foram divulgadas. Um inquérito foi aberto pela Polícia Civil do Distrito Federal, mas a investigação não foi concluída até agora, mais de 30 dias após o falecimento.
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