O vereador Bruno Pessuti (PSD), que foi relator da CPI do Transporte Coletivo em Curitiba, em 2013, fez um pedido de informação à prefeitura de Curitiba questionando diversos aspectos sobre as receitas do sistema de transporte de Curitiba. Entre as questões, Pessuti pergunta ao Executivo onde será utilizada a diferença entre a tarifa paga pelo usuário, R$4,25 e a tarifa repassada às empresas, de cerca de R$3,80.
Estima-se que durante o mês de setembro, quando passou a vigorar a decisão da prefeitura de reduzir a tarifa técnica de R$ 4,03 para R$ 3,80, O Fundo de Urbanização de Curitiba (FUC) tenha arrecadado um valor extra de cerca de R$ 3,8 milhões.
Integrante da base de apoio de Rafael Greca (PMN), Pessuti defendeu a medida do prefeito de reduzir a tarifa técnica, apesar de questionar suas consequências. “Foi corajosa a decisão de admitir tudo aquilo que foi apontado pela CPI do transporte coletivo e referendado pelo Tribunal de Contas”, disse.
Segundo o vereador, o objetivo do pedido é saber qual será o destino dessa receita oriunda da diferença entre o valor das tarifas técnica e social. Com essa informação ele pretende analisar a viabilidade da implantação do bilhete único em Curitiba. Essa é uma das principais bandeiras do mandato de Pessuti, que apresentou em 2014 um projeto de lei que permite a implementação deste sistema em Curitiba.
“Em um pedido de informações feito pela comissão de Economia, a Urbs nos comunicou que não havia disponibilidade de caixa. Havia uma necessidade de alguns de milhões de reais a mais para a implantação do bilhete único e agora com essa redução da tarifa técnica a despesa da Urbs com o transporte coletivo reduziu; isso talvez possibilite a implantação imediata do bilhete único para todas as pessoas que possuem o cartão transporte”, afirmou.
Além dessa receita, Pessuti cita também o fato de a prefeitura passar a pagar o vale transporte dos servidores municipais diretamente no cartão transporte – medida aprovada dentro do pacote de ajuste fiscal que garante um aporte extra de cerca de R$ 7 milhões mensais ao sistema de transporte coletivo.
Além de questionar o destino da diferença de receita, o vereador também pediu ao Executivo que detalhe quais as fontes de receita do FUC, quanto o fundo arrecadou, mês a mês, em 2017 e qual a previsão de arrecadação para os próximos 12 meses.
Desde que a prefeitura fixou o valor da passagem em R$ 4,25 e o da tarifa técnica, inicialmente, em R$ 3,98, o Executivo tem sido questionado sobre qual o destino dessa diferença entre o que a prefeitura arrecada e o que paga às empresas. Em fevereiro, quando os valores foram definidos, o prefeito Rafael Greca afirmou que o recurso seria utilizado na compra de novos ônibus, para reverter a tendência de envelhecimento da frota municipal.
Entretanto, sete meses depois do aumento da tarifa, prefeitura e empresas que operam o transporte não chegaram a um acordo sobre a compra de novos ônibus e os concessionários não abriram mão da decisão judicial que os desobriga da compra de novos veículos.
Ainda segundo Bruno Pessuti, as informações da prefeitura ajudarão a esclarecer a atual situação financeira da Urbs.
“Quero que fique explicado para a sociedade a atual situação financeira crítica que a Urbs vive, que faz com que a passagem não consiga diminuir em Curitiba. A Urbs fica com 4% dos R$ 4,25, ou seja, a Urbs acaba sendo responsável por deixar a tarifa mais elevada visto que ela também se beneficia porque cobra uma taxa sobre essa tarifa”, afirmou.
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