A possível extinção dos cobradores do sistema de ônibus de Curitiba poderia, segundo o presidente da Urbanização de Curitiba S/A (Urbs), reduzir o valor da tarifa técnica do transporte coletivo da capital em R$ 0,80. Atualmente, a tarifa está em R$ 4,71, mas a passagem paga pelos usuários fica em R$ 4,25. A diferença vem sendo coberta pela Urbs por meio do subsídio dado pelo governo estadual ao sistema, por causa da integração com as linhas da Região Metropolitana de Curitiba.
Em entrevista à Gazeta do Povo , Ogeny Maia Neto explicou que 54% do custo do sistema de ônibus vem dos gastos com pessoal. No entanto, a substituição dos cobradores pela bilhetagem eletrônica – que, segundo a Urbs, acontecerá de forma gradativa – não significaria que a passagem para o usuário iria diminuir. “A economia com o uso exclusivo do sistema eletrônico possibilitaria que segurássemos o valor da passagem por mais tempo. Os custos vão seguir acontecendo, o que acarreta reajuste na tarifa, inevitavelmente”, disse.
De acordo com a Urbs, os cobradores somam 3.424 funcionários – número distinto do divulgado pelo Sindicato dos Motoristas e Cobradores de Ônibus de Curitiba e Região Metropolitana (Sindimoc), que afirma que a categoria reúne seis mil pessoas. “O sindicato vem inflacionando esse número. É claro que nós, como gestores públicos, não queremos ver uma demissão em massa, e para isso estamos fazendo um planejamento”, afirmou Ogeny.
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Tramitação e conflitos
O projeto que permite que todo o sistema de ônibus de Curitiba funcione somente com a bilhetagem eletrônica foi enviado à Câmara de Vereadores pelo prefeito Rafael Greca (PMN) ainda em outubro. Pela lei atual, só podem funcionar sem cobradores os micro-ônibus e os veículos que param em estações-tubo. Desde que foi protocolada, a proposta vem sendo debatida pelos parlamentares e tem gerado protestos organizados pelo Sindimoc, que apelidou o novo texto de “Lei do Desemprego”.
Na sessão da última terça-feira (20), o vereador Rogério Campos protocolou um pedido para votar o projeto em regime de urgência, mas acabou adiando o requerimento por cinco sessões. Se continuar tramitando normalmente, o projeto deve ser votado somente em 2019.
Na entrevista concedida na quarta (21), o presidente da Urbs afirmou que a prefeitura está trabalhando junto aos vereadores para que eles entendam o objetivo do projeto e, além disso, que “não haverá demissão em massa”. “Infelizmente o sindicato tem vendido uma informação que é errada. O cobrador é um custo hoje para o sistema, mas prevemos que a substituição seja feita ao longo de quatro anos”, explicou.
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