No Ceasa, vazio, preço do saco de batata passou de R$ 80, na segunda, para R$ 150 na quinta-feira| Foto: Aniele Nascimento/Gazeta do Povo

Mesmo após o governo federal anunciar um acordo com oito sindicatos dos caminhoneiros, a categoria afirma que continuará parada em muitas regiões do país. No Paraná, de acordo com a Polícia Rodoviária Federal, são 69 pontos de manifestação nas rodovias federais. Já nas estradas estaduais, são 136 pontos de bloqueio, segundo a Polícia Rodoviária paranaense.

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Os transtornos causados pelo quinto dia de paralisação são sentidos nos mais diversos setores. Além da marcante falta de combustível nos postos, muitas prefeituras do Paraná estão tendo que suspender, desde ontem, serviços prestados à população.

A Gazeta do Povo está acompanhando os reflexos da greve em Curitiba e em todo o estado. Confira alguns serviços e atividades afetados no Paraná:

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Combustível

 

O Sindicombustíveis-PR divulgou, em nota, que Curitiba tem poucos postos com estoque de gasolina e álcool nesta sexta-feira (25). No meio da tarde, já eram 95% dos postos sem esses dois combustíveis. De acordo com a entidade, o que resta deve acabar ainda durante a tarde. O diesel, por outro lado, está com estoques um pouco melhores na capital, em especial nos postos das rodovias. Quanto às outras cidades do estado, o Sindicombustíveis-PR informa que Maringá ainda tem alguns postos com álcool.

O sindicato conta que recebeu informações de que, no final da manhã desta sexta, alguns caminhões-tanque tentaram sair com escolta da região de base da refinaria de Araucária, mas foram impedidos pelos grevistas.

Falta total de gasolina e etanol já atinge todas as regiões do Paraná

Comércio

Em Guarapuava, a Associação Comercial (Acig) decidiu, em assembleia geral, pelo fechamento do comércio a partir das 15h desta sexta. Segundo a Acig, pelo menos os mil estabelecimentos filiados à associação devem aderir ao movimento, de um total de 10 mil da cidade. A decisão não foi tomada em decorrência de desabastecimento, mas sim como manifestação de apoio à greve dos caminhoneiros.

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Concursos suspensos

Na quinta-feira, o CRM-PR (Conselho Regional de Medicina do Paraná) anunciou que suspendeu o concurso que realizaria no domingo (27). A nova data ainda não foi definida. A OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) também suspendeu a segunda fase do exame da ordem em todo o país, por entender que não há “condições de logística para a entrega e aplicação das provas de forma uniforme, com segurança, sigilo e eficiência em todo o território nacional”. A Prefeitura de Cascavel também anunciou suspensão de concurso público que seria realizado neste domingo, uma vez que a paralisação “pode gerar prejuízos com relação ao deslocamento dos candidatos”.

Turismo

Em Foz do Iguaçu, o desabastecimento afeta até as atrações turísticas. No Complexo Turístico Iguaçu, a capacidade de atendimento aos turistas fica 45% menor pelo menos até terça-feira. Além disso, o número de saídas para a vista panorâmica e para o circuito turístico também diminuiu. No Parque Nacional do Iguaçu, a visita será otimizada: os ônibus só sairão quando estiverem cheios. A partir desta sexta (25), a quantidade e horário das barcas que fazem o viagem para a Ilha do Mel também foram reduzidos, tanto para quem sai de Pontal do Sul e Paranaguá rumo à Ilha, como para o trajeto de retorno à costa.

Educação

Em Ponta Grossa, três instituições de ensino suspenderam suas aulas: Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG), Sociedade Educativa e Cultural Amélia (Secal) e o Centro de Ensino Superior dos Campos Gerais (Faculdades Sescage).

 

Nos campi da Universidade Federal do Paraná (UFPR) no Litoral, em Jandaia do Sul e Toledo as aulas desta sexta-feira (25) estão suspensas. Curitiba, Palotina e o Centro de Estudos do Mar mantêm as atividades normalmente.

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A Universidade Técnica Federal do Paraná (UTFPR) informou que as aulas estão suspensas nos campi de Curitiba e Ponta Grossa a partir da noite desta sexta. No campus de Dois vizinhos, as aulas já não aconteciam desde quinta (24).

Em Guarapuava, a Universidade Estadual do Centro-Oeste (Unicentro) também anunciou a suspensão das aulas a partir da noite da última quinta-feira (24).

A Unioeste, em Cascavel, também comunicou a suspensão das aulas a partir desta quinta, por tempo indeterminado. Na Universidade Estadual de Maringá (UEM), as atividades para os alunos estão suspensas por tempo indeterminado a partir desta sexta-feira. Funções administrativas e demais serviços continuam funcionando.

Também em Maringá, as creches e escolas municipais ficam fechadas pelo menos até quarta-feira (30). De acordo com informações da Prefeitura da cidade, mesmo se a greve acabar antes desta data, é preciso um tempo para que a situação se normalize, uma vez que o estoque de alimentos para as merendas dos alunos também ficou comprometido. Marialva, na região de Maringá, também optou por suspender as aulas nas escolas municipais nesta sexta-feira, mas as creches funcionam normalmente. Em Londrina, as escolas municipais não vão funcionar na segunda-feira (28).

A Universidade Estadual do Norte do Paraná (UENP), anunciou que também está suspendendo as aulas e estágios de graduação e pós-graduação em todos seus campi, em Jacarezinho, Cornélio Procópio e Bandeirantes.

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A Universidade Estadual de Londrina (UEL) optou pela flexibilização em vez de suspensão das aulas. Assim, os alunos que não conseguirem comparecer nas atividades entre quinta-feira e sábado não poderão ser prejudicados.

As aulas também estão suspensas em escolas estaduais nos municípios de Campina do Simão, Goioxim, Reserva do Iguaçu, Candói, Foz do Jordão e Turvo. Em Serranópolis do Iguaçu, 75% dos alunos de escolas do estado dependem do transporte escolar, que não está operando por falta de combustível. Por isso, as aulas também foram suspensas.

Segundo a Secretaria de Educação do Paraná, há uma orientação verbal para que os representantes dos núcleos regionais de educação conversem localmente nas escolas e tomem a decisão pela manutenção ou não das aulas.

Saúde

Apesar de relatos mostrarem que os caminhoneiros estavam liberando quem transportava cargas de medicamentos e produtos médicos, a greve também já afeta serviços de saúde. O Hospital Municipal Padre Germano Lauck, em Foz do Iguaçu, decidiu suspender a realização de cirurgias eletivas a partir desta quinta-feira (24), alegando que a greve afetou a entrega de insumos e medicamentos. Em Ponta Grossa, a Unimed Ponta Grossa e o Hospital Universitário Regional anunciaram a suspensão de todas as cirurgias eletivas agendadas para sábado (26), domingo (27) e segunda (28). Em Maringá, a Santa Casa suspendeu as cirurgias eletivas, e também informou que as refeições dos médicos e funcionários foram suspensas para garantir a alimentação dos pacientes.

Transporte coletivo

O estoque escasso de óleo diesel afetou o funcionamento do transporte coletivo em diferentes cidades paranaenses.

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Em Londrina, Ponta Grossa, Cascavel, Foz do Iguaçu e Toledo os horários dos ônibus foram reduzidos, a partir desta quinta-feira (24), para economizar o combustível estocado.

Em Londrina, por exemplo, o serviço não funciona a partir das 20h e será suspenso por completo no domingo.

Na manhã desta sexta-feira (25), a Viação Campos Gerais, de Ponta Grossa, divulgou que estava priorizando as linhas com maior demanda, deixando outras sem atendimento. A partir de sábado (26), o sistema ficará suspenso até que o abastecimento volte a acontecer. A cidade é a mais afetada pela greve em todo o estado. Leia mais aqui.

Em Cascavel, o transporte coletivo opera com frota reduzida desde quinta, e no domingo 100% do serviço será suspenso.

Coleta de Lixo

Em Londrina, a coleta de lixo, que havia sido suspensa na quinta (24), volta a acontecer nesta sexta (25), após o cumprimento de decisão judicial que garantiu o abastecimento de combustível no reservatório da empresa responsável pelo serviço.

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Em Ibiporã e Cornélio Procópio não houve coleta de lixo na quarta-feira. Em Cambé, os bairros que tinham coleta diária passam a ter coleta intercalada, dia sim, dia não.

As prefeituras de São José dos Pinhais e de Colombo também alertaram os moradores sobre uma possível suspensão do serviço de coleta.

Serviços essenciais

Para garantir que as ambulâncias e as frotas das guardas Municipal e Civil continuem a circular, algumas prefeituras optaram por reduzir ou suspender serviços que utilizavam automóveis. Em Paranavaí, visitas domiciliares, por exemplo, estão suspensos. Em São Miguel do Iguaçu, no oeste do estado, a prefeitura reduziu o tempo de uso das frotas para garantir o funcionamento de ambulâncias, transporte intermunicipal de pacientes, transporte escolar e coleta de lixo.

Londrina conseguiu 2,5 mil litros de óleo diesel para utilizar em sete ambulâncias, quantidade que deve durar até 15 dias.

Porto de Paranaguá

Os principais portos do país estão sendo atingidos pela paralisação dos caminhoneiros. O mais afetado é o Porto de Paranaguá, por onde passa grande parte da safra brasileira de soja direcionada à exportação.

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Alimentos

 

O movimento nos Ceasa de todo estado caiu cerca de 70%. Em Cascavel e Maringá, os caminhoneiros bloquearam o acesso às centrais nesta quinta-feira. Em Foz do Iguaçu o acesso está liberado, mas há pouca variedade de produtos, uma vez que muitos produtores desistiram de tentar entregá-los com medo de ficarem presos no bloqueio e perderem a carga. Em Curitiba, o Ceasa amanheceu vazio na quinta-feira.

A queda no abastecimento reflete nos preços: o saco de 50kg de batata que na segunda era comercializado a R$ 80, hoje sai por R$ 150; o de 20kg cebola, subiu de R$ 65 para cerca de R$ 80.

Os supermercados da capital também já apresentam dificuldades, e faltam itens como batata, cenoura e tomate. Maringá, Ponta Grossa e Paranavaí também enfrentam problemas no abastecimento dos supermercados e em muitos as gôndolas de produtos perecíveis já estão vazias.

Nesta sexta-feira, além dos hortifrútis, a carne fresca começou a faltar em alguns estabelecimentos.

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Bares e restaurantes

Os estabelecimentos estão trabalhando no limite do estoque, principalmente de hortifrútis, segundo a sede paranaense da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel-PR). Com a chegada do final de semana, quando o movimento nestes locais costuma ser maior, a situação em todo o estado deve ficar ainda mais complicada a partir de segunda-feira (28), caso a paralisação continue.

Gás de cozinha

Em Maringá, as 100 revendedoras de gás de cozinha estão com os botijões vazios. Os caminhões-tanque estão parados no bloqueio dos caminhoneiros e os carregados com botijões cheios não conseguem seguir viagem desde segunda-feira.

Revendedoras de Arapongas, Ponta Grossa, Londrina, Paranavaí e Cianorte também já relatam falta de gás, e os pátios acumulam botijões vazios.

Energia elétrica

A Copel informa que, por conta do risco de desabastecimento dos veículos que prestam serviços, a empresa adotou um plano de contingência. A intenção é garantir o fornecimento de energia elétrica e a execução de serviços emergenciais.

Entre as medidas está priorizar o atendimento a hospitais, delegacias e serviços emergenciais; postergar a data de vencimento de faturas atrasadas e emitir segundas vias sem cobrar taxas (por conta de atrasos dos Correios); suspender cortes não emergenciais; e adiar desligamentos programados. Há paralisação parcial nas obras de enterramento da rede elétrica na Avenida das Torres, em Curitiba.

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Jogos Escolares

Os jogos, que aconteceriam entre 25 e 28 de maio, foram adiados, informa a Secretaria de Esporte e Turismo do estado. A nova data prevista é entre os dias 31 de maio e 06 de junho.