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| Foto: Petrobras/ABR

Apenas um bloco dos 76 ofertados na Bacia de Santos foi arrematado na 14.ª rodada de licitações da Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), que acontece nesta quarta-feira (27) no Rio de Janeiro. A área, que compreende os estados do Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná e Santa Catarina, foi conquistada pela australiana Karoon, única empresa a apresentar oferta, de R$ 20 milhões, com ágio de 23,15% sobre o preço inicial.

O setor obtido pela companhia estrangeira foi o SS-AR4, blocos S-M 1537, que compreende os estados do Paraná e Santa Catarina. O investimento mínimo previsto para a bacia é de cerca de R$ 6,19 milhões.

O resultado revela um total desinteresse na exploração da área. Dos 76 blocos marítimos ofertados, 23 deles estão localizados em parte ou totalmente no litoral do Paraná. Outros 57 estão em parte ou em sua totalidade em São Paulo, e 13 em Santa Catarina, em parte ou integralmente.

Caso todos os blocos referentes á área do mar do Paraná fossem arrecadados, a expectativa de arrecadação imediata era de R$ 339 milhões com pagamento de bônus pela assinatura dos contratos de exploração.

Em entrevista à Gazeta do Povo, o diretor-geral da ANP, Décio Oddone, projetou que a operação desses blocos situados no mar do estado tem potencial para chegar à 20º mais produtiva do Brasil.

Bacia de Santos

De acordo com a ANP, a Bacia de Santos é hoje a segunda maior produtora de petróleo e a primeira de gás natural do Brasil. No mês de julho, a área respondeu pela produção de 1,1 milhão de barris de petróleo e 5,5 milhões de metros cúbicos de gás natural por dia.

Além da Bacia de Santos, foram ofertados blocos nas bacias do Parnaíba, Pelotas, Potiguar, Recôncavo, Paraná, Espírito Santo, Sergipe-Alagoas e Campos, somando 287 blocos em 29 setores, em uma área total de 122,615 mil km2.

Tumulto

Grupos de ativistas protestam em frente ao Windsor Barra Hotel, no Rio de Janeiro, onde acontece a rodada de licitações. A área chegou a ser invadida por índios que participam das manifestações. Um deles se aproximou da sala onde são feitas as ofertas do leilão e onde estão executivos das petroleiras e representantes do governo, como os ministros da secretaria-geral da Presidência da República, Moreira Franco, e de Minas e Energia, Fernando Coelho Filho.

O índio, que não teve o nome revelado, ultrapassou a barreira de segurança e, a poucos metros de alcançar a área reservada à realização do leilão, caiu e foi imobilizado por seguranças. Do lado de dentro, os participantes da concorrência ouviam apreensivos a confusão, impedidos, porém, de deixar a sala, que estava com as portas fechadas e protegida por mais seguranças.

A diretora de Exploração e Produção da Petrobras, Solange Guedes, estava no corredor no início da manifestação, mas deixou rapidamente o local quando percebeu que havia chance de invasão. O leilão chegou a ser interrompido por poucos minutos, mas segue normalmente.

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