O ex-diretor de Marketing do Banco do Brasil Henrique Pizzolato, condenado a uma pena de 12 anos e 7 meses de prisão no “mensalão” e que chegou a fugir para a Itália para não cumprir a pena no Brasil, deve progredir do regime fechado para o semiaberto no final deste mês de agosto, segundo previsão de seu advogado.
Pizzolato, que é catarinense mas construiu carreira política no Paraná - chegando a disputar o governo do estado em 1990 -, recebeu o aval para a progressão depois que a Justiça do Distrito Federal aceitou a oferta de emprego que o ex-diretor apresentou para passar a sair do presídio durante os dias para só voltar à noite. Ele irá trabalhar como assistente de programação na OK FM, de Brasília, com salário de R$ 1,8 mil. A rádio pertence ao ex-senador Luiz Estevão, seu companheiro de cela no Centro de Detenção Provisória da Papuda, em Brasília. Estevão foi condenado por desvio de dinheiro de obras do Tribunal Regional do Trabalho em São Paulo (TRT-SP), nos anos 90. Para efeito de comparação, Pizzolato recebe R$ 21.750 de aposentadoria do BB, onde trabalhou por mais de três décadas, segundo seus advogados.
“Todos os condenados do mensalão já estão em regime semiaberto. Só ele vinha sofrendo retaliações”, disse José Carlos Carvalho, advogado do ex-diretor do Banco do Brasil. A previsão dele é que o cliente passe a cumprir pena no semiaberto a partir da próxima quinta-feira (31).
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A decisão favorável a Pizzolato, concedida na sexta-feira passada (25) pela juíza Leila Cury, ocorreu depois de uma série de pressões da bancada do PT na Câmara dos Deputados, por meio da Comissão de Direitos Humanos e Minorias, historicamente controlada pelo partido, e também da Embaixada da Itália no Brasil.
Pizzolato tem dupla cidadania e fugiu para a Itália para tentar escapar de cumprir pena pela condenação prisão por corrupção, peculato e lavagem de dinheiro. Ele foi capturado pela Interpol e extraditado ao Brasil, em 2015, para cumprir a pena em condições específicas e com acompanhamento rotineiro das autoridades italianas.
Há um ano e dois meses, ele aguardava autorização para usufruir do benefício, passando efetivamente do regime fechado para o semiaberto. Pizzolato, porém, ainda não começou a sair da cadeia durante o dia para trabalhar porque dependia que o serviço psicossocial da Vara de Execuções Penais avaliasse a proposta de trabalho. O Ministério Público foi contra o trabalho na rádio.
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