Como a droga era colocada nas malas após o despacho feito pelas companhias aéreas, havia diferença entre o peso da origem e do destino.| Foto: Daniel Castellano/Gazeta do Povo/ Arquivo

A Polícia Federal (PF) desarticulou na quinta-feira (14) três quadrilhas suspeitas de usar os aeroportos de Foz do Iguaçu (PR) e Guarulhos (SP) para enviar remessas de entorpecentes em bagagens. Um dos pivôs do esquema era um funcionário terceirizado que trabalhava no aeroporto de Foz.

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De acordo com a PF, o funcionário tinha contato com passageiros que seguiam os trâmites de embarque, passando por todos os mecanismos de controle. No entanto, na operação de rampa, onde é feito o despacho da bagagem, o funcionário colocava o entorpecente na mala dos passageiros, em comum acordo. “A atuação do funcionário era determinante para burlar a fiscalização”, diz a delegada Shirlei Sitta, da PF de Foz do Iguaçu, responsável pelas investigações.

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Como a droga era colocada nas malas após o despacho feito pelas companhias aéreas, havia diferença entre o peso da origem e do destino. Com isso, os integrantes do esquema, para se defender, usavam o argumento de que não haviam inserido o entorpecente na mala.

Apuração

As investigações tiveram início em 2016 após a apreensão de 11 quilos de haxixe no Aeroporto Internacional de Guarulhos que saiu do Aeroporto Internacional das Cataratas, em Foz do Iguaçu, com uma mulher.

Um inquérito foi instaurado e investigações posteriores revelaram a atuação dos três grupos criminosos que atuavam de forma conjunta e também, por vezes, de modo independente, para enviar drogas por remessas áreas, em voos comerciais, e usando o transporte terrestre. A maconha e haxixe, trazidos do Paraguai, eram distribuídas em diversos estados brasileiros. Durante as investigações foram apreendidos com as quadrilhas mais de 300 quilos de maconha em Foz do Iguaçu e Céu Azul (PR), Gravataí (RS) e no Aeroporto de Guarulhos.

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Ações

Cerca de 90 policiais federais participaram da operação, batizada de Duelo, na manhã de quinta (14). Foram expedidos 12 mandados de busca e apreensão e 12 mandados de prisão preventiva no Paraná, Rio Grande do Sul e São Paulo. Dez foram cumpridos.

Duas pessoas, de Campinas e Curitiba, estavam foragidas até a tarde de quinta (14). Alguns dos alvos da operação estavam detidos ou usavam tornozeleira eletrônica pela prática anterior de tráfico de drogas.

Durante a ação, a PF ainda apreendeu R$ 7,2 mil em Curitiba, um carro e uma amostra de 300 gramas de maconha. Os detidos responderão pelos crimes de tráfico transnacional de drogas e associação para o tráfico.