Empresário Joel Malucelli é alvo de mandado de prisão| Foto: Albari Rosa/Gazeta do Povo

O empresário Joel Malucelli foi um dos alvos da Operação Rádio Patrulha, do Grupo de Atuação Especial no Combate ao Crime Organizado (Gaeco). A sede da empresa também foi fechada por volta das 6h de terça-feira (11), no bairro Mossunguê, em Curitiba. Os funcionários do local, onde funciona a parte administrativa do grupo, a JM Equipamentos, a JM Energia e a redação do Paraná Portal, foram impedidos de entrar no prédio. Joel até agora não foi localizado porque está em viagem na Itália e não é considerado foragido.

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Três endereços ligados ao empresário foram alvo de busca e apreensão, autorizados pelo juiz Fernando Bardelli Fischer, da 13ª Vara Criminal de Curitiba. Um apartamento no bairro Bigorrilho, um andar inteiro de um prédio no centro de Curitiba, e a sede da J. Malucelli Equipamentos, na rodovia BR 277. O magistrado autorizou a apreensão de aparelhos de telefone celular, dispositivos eletrônicos e mídias que armazenem dados e informações (computadores, pen drives, HDs, CDs, Blue-Rays, etc.), documentos que guardem relação com os fatos criminosos e objetos de valor que possam estar vinculados aos delitos de lavagem de dinheiro e corrupção.

Malucelli é alvo da mesma operação do Gaeco que prendeu o ex-governador do Paraná e candidato ao Senado Beto Richa (PSDB). O tucano foi alvo de duas operações: uma realizada pelo Ministério Público do Paraná (MP-PR), pela qual foi preso, e outra da Polícia Federal (PF), em uma nova fase da Lava Jato. O juiz Sergio Moro decretou apenas busca e apreensão na casa do ex-governador.

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De acordo com o despacho de Fernando Bardelli Fischer, Joel participou de uma reunião no interior do Departamento de Estradas de Rodagem (DER) junto com outros dois empresários, o colaborador Tony Garcia (que denunciou o suposto esquema) e um funcionário do órgão para deliberarem sobre a conformação dos editais do programa Patrulha Rural. De acordo com a denúncia, a proposta de corrupção consistia em superfaturar os contratos de R$ 72 milhões do programa e repassar 8% do faturamento bruto como propina a agentes públicos como contrapartida.

“Dessa forma, os empresários Osni Pacheco, Celso Frare, Joel Malucelli e Edson Casagrande, este auxiliado por Túlio Bandeira e André Bandeira, passaram a pagar propina com intermédio do colaborador Tony Garcia, ao então governador do Estado do Paraná Beto Richa, que contava com o apoio de Pepe Richa, Luiz Abi, Ezequias Moreira e Deonilson Roldo para organizar o esquema criminoso e auxiliar na arrecadação dos valores ilícitos”, escreveu o magistrado.

Segundo a decisão, “embora sua empresa não tenha vencido o certame, participou da divisão informal dos lotes com os demais empresários da organização criminosa”. “Há indícios de autoria nas gravações das conversas entre Joel Malucelli e outros investigados, bem como menções ao seu nome, referentes ao esquema que supostamente fraudou o programa Patrulha do Campo”, conclui o juiz.

O Gaeco conseguiu cumprir 12 dos 15 mandados de prisão - apenas Joel, Edson Casagrande e André Bandeira não foram localizados.

Outro lado

A assessoria de imprensa de Joel Malucelli informou que considera que “as acusações são injustas”, nega qualquer irregularidade e diz que ele sempre esteve à disposição das autoridades para esclarecimentos. “O empresário desde 2012 se desligou das atividades e rotinas da empresa fundada por ele e se encontra na presente data em férias, fora do país, aguardando orientação de seus advogados, que ainda não foram notificados oficialmente sobre a operação”, afirma a nota. 

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A J. Malucelli Equipamentos negou a participação em qualquer irregularidade e informou que “não firmou qualquer contrato com o Governo do Paraná relacionado às Patrulhas Rurais”.

Infográficos Gazeta do Povo[Clique para ampliar]