Bastante pressionado a se manifestar sobre o tema transporte coletivo em cada aparição pública, desde que jogou no ar a necessidade de aumentar a tarifa dos ônibus em Curitiba [relembre aqui a primeira vez em que se tocou no assunto], o prefeito Rafael Greca (PMN) voltou a tratar do assunto à sua maneira nesta quinta-feira (24). Questionado sobre uma eventual queda de braço com os trabalhadores, o chefe do Executivo municipal usou suas tradicionais analogias. “O Centro Cívico é cheio de quero-queros; tem os que querem aumento e eu quero qualidade com preço justo”, disparou, em evento no Parque Barigui no qual foram entregues 52 novos ônibus à cidade.
A sentença foi usada também como forma de reforçar o que havia assegurado momentos antes, de que pretende permitir a majoração dos preços apenas dentro do que for necessário. “A conta está sendo construída pela URBS, pela Comec, em conjunto com as secretarias da Fazenda do estado e do município e pela secretaria de Desenvolvimento Urbano. Nossa parceria é no sentido de buscar qualidade e fazer o aumento o menor possível”, comentou Greca, mais uma vez evitando tocar os números.
A previsão de diálogo complicado do prefeito com os trabalhadores do transporte público não é apenas pela discussão do aumento salarial. A intenção do governo municipal é acabar com a função dos cobradores de ônibus. A medida, defende, reduziria custos e aumentaria a segurança nos veículos, deixando-os menos atrativos para os bandidos. “A verdadeira segurança nascerá quando o dinheiro desaparecer do sistema; a gaveta de dinheiro é atraso”, lembrou Greca, nesta quinta, ao destacar as câmeras de segurança dos novos veículos entregues.
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A tarifa de ônibus na capital deve ser reajustada em fevereiro, período da data-base dos trabalhadores do transporte coletivo. Atualmente, a passagem custa R$ 4,25. Para tentar minimizar a elevação desse valor, o prefeito já procurou o governador Carlos Massa Ratinho Junior (PSD) para pedir a manutenção do subsídio que ajuda a bancar parte dos custos operacionais do sistema integrado na capital. Em 2018, o aporte financeiro do estado foi de R$ 71 milhões.
Apesar de não ter recebido uma resposta direta de Ratinho, que prometeu em princípio estudar a situação, Greca fez questão de colocar o governador no meio das respostas dadas aos jornalistas. “Nosso dever é dar a essa grande cidade uma mobilidade plena e funcional. Graças a Deus, nosso governador pensa como eu”, concluiu.
Outro item que pode impactar no bolso do passageiro é a isenção do ICMS para o diesel utilizado no transporte público de passageiros. O futuro desse benefício será tema de encontro do Conselho Nacional de Política Fazendária (Confaz) no dia 29.
A tarifa técnica, utilizada para medir o custo por passageiro do transporte coletivo na cidade, é hoje de R$ 4,71. A diferença de R$ 0,46 por pessoa vem sendo bancada justamente com a ajuda financeira do governo do Paraná.
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