Membro da Executiva Nacional do PMDB, o deputado federal paranaense João Arruda (PMDB) admite que está pensando em abandonar a sigla do presidente da República Michel Temer, e até migrar para o PDT, legenda de oposição ao governo federal e casa do ex-senador Osmar Dias, cotado como candidato ao governo do Paraná em 2018. Sobrinho da principal figura peemedebista no Paraná, o senador Roberto Requião (PMDB), Arruda afirmou em entrevista à Gazeta do Povo nesta quarta-feira (19) que “o PMDB não tem projeto”. “Não tem projeto partidário para depois de 2018 e, enquanto governo, tenho dúvidas sobre os projetos que tem apresentado para o Brasil”, apontou ele.
João Arruda já estava dando sinais de afastamento, tanto do partido quanto do tio. Em votações consideradas cruciais para o Planalto na Câmara dos Deputados, o paranaense não seguiu a orientação da bancada do PMDB.
“Estão forçando para votarmos questões que não acredito, me desgastando com a opinião pública, e não sinto que o Brasil vai melhorar com que estamos fazendo”, admitiu ele.
Na noite desta terça-feira (18), João Arruda estava entre os parlamentares da base aliada que ajudaram a oposição a derrubar o requerimento de urgência para o texto da reforma trabalhista.
Osmar e Requião: de inimigos ferrenhos a aliados
Após uma disputa voto a voto em 2006 na eleição ao governo do Paraná, quando trocaram acusações pesadas na campanha que terminou com vitória do peemedebista, Osmar e Requião viraram aliados em 2010, na contenda do pedetista contra o atual governador Beto Richa (PSDB). A aliança entre os antigos adversários não rendeu fruto e a eleição daquele ano terminou com vitória do tucano já no primeiro turno.
“Como é que vou votar privatizações em contrapartida de apoio para os estados? Ampliar contribuição de previdência para os servidores como contrapartida... Votar a favor disso é apoiar tudo que o governador do meu estado [Beto Richa, do PSDB] está fazendo e sou contra”, declarou o peemedebista.
João Arruda também já havia irritado a cúpula do PMDB nacional, no mês passado, quando endossou uma carta na qual se cobrava o afastamento das lideranças da sigla implicadas pela Operação Lava Jato, como o senador Romero Jucá (RR), hoje no comando da legenda.
Outro peemedebista do Paraná, o deputado federal Rodrigo Rocha Loures, chegou a sugerir à época, em entrevista à Gazeta do Povo , que Arruda estava, na verdade, com planos de assumir o comando da legenda, daí o endosso à carta contra Jucá.
“Não tenho boa relação com Jucá e não vejo a possibilidade de renovação a nível nacional”, disse João Arruda.
PDT pode ser a “nova casa” do parlamentar
Embora seja sobrinho de Roberto Requião, principal figura do PMDB do Paraná hoje, João Arruda estaria se distanciando do tio. No ano passado, Requião votou contra o impeachment de Dilma Rousseff (PT) e tem feito duras críticas ao governo Temer, além de, no trabalho de relator do projeto da Lei de Abuso de Autoridade, não poupar críticas a algumas posturas da força-tarefa da Lava Jato .
João Arruda não participou da reunião que formalizou o desembarque do PMDB da base aliada da então presidente da República, mas, no dia da votação do impeachment na Câmara dos Deputados, votou contra Dilma.
À Gazeta do Povo, João Arruda admite que tem conversado com lideranças do PDT paranaense, como o ex-senador Osmar Dias, pré-candidato ao governo do Paraná em 2018, e com o deputado federal Assis do Couto. “O PDT é uma opção. Tem candidato a governador e a presidente da República [Ciro Gomes]. Tem projeto”, justificou ele.
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