Tony Garcia, ex-deputado estadual, é o principal delator da Operação Rádio Patrulha, que envolve Beto Richa e seu núcleo político.| Foto: Marcelo Andrade/Gazeta do Povo

O juiz Fernando Fischer, da 13ª Vara Criminal de Curitiba, determinou nesta segunda-feira (17) que o colaborador Tony Garcia entregue à Justiça em até 24h os equipamentos eletrônicos usados para gravar os políticos e empresários nas negociações que culminaram na Operação Rádio Patrulha. O pedido foi feito por Pepe Richa (PSDB), irmão de Beto Richa (PSDB). Os dois foram alvos de mandados de prisão preventiva, cancelados na sexta-feira ( 14) em função da decisão do ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que viu irregularidades nas detenções.

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Fischer escreveu na decisão que há necessidade de preservar os dispositivos eletrônicos utilizados para a realização das captações das conversas. E afirmou que diante da “possibilidade de que os dispositivos contenham elementos de prova que possam interessar outras investigações ainda em curso”, eles devem ser vinculados aos autos do acordo de colaboração premiada firmado com o Ministério Público do Paraná e o Ministério Público Federal.

Ouvido pela reportagem, Garcia afirmou que sua resposta é o que está nos autos, ou seja, que algumas gravações eram dele e outras haviam sido feitas por terceiros. Também afirmou que não há gravadores, mas sim aplicativos usados para gravar as conversas.

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O juiz também determinou a abertura de conta judicial para depositar o cheque de quase R$ 1 milhão emitido pelo empresário Celso Frare, a título de devolução aos cofres públicos pelos ilícitos cometidos. A investigação indica que o empresário participou de um esquema para fraudar a licitação de maquinário pesado para estradas rurais, combinando lotes e repassando parte do valor que recebia. Ele aparece em conversas gravadas por Tony Garcia e também em um vídeo guardando maços de notas de R$ 100.

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Tony Garcia é o autor da gravação em que Beto Richa afirma que “tico-tico” (propina oriunda do esquema) caiu na sua conta. Ele também teve participação no áudio que levou o juiz Sérgio Moro, responsável pelos processos da Lava Jato, a pedir a prisão de Deonilson Roldo, ex-chefe de gabinete do ex-governador. Na conversa, Roldo combina o resultado da licitação da PR-323.

Outro lado

A advogada de Richa, Antonia Neves Sanches, afirmou que não há razão para a prisão, e acusou o Ministério Público de “oportunismo” ao deflagrar a operação em período eleitoral.

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As assessorias jurídicas de Pepe Richa e Celso Frare disseram em outras ocasiões que só vão se manifestar nos autos.