A Justiça aceitou denúncia do Ministério Público do Paraná (MP-PR) que acusa 14 pessoas — empresários donos de empresas de transporte coletivo, advogados e ex-diretores da Urbanização Curitiba S/A (Urbs) — de participarem do esquema que teria direcionado o certame, realizado em 2009, durante o governo Beto Richa (PSDB).
A denúncia decorreu da Operação Riquixá, deflagrada pelo Grupo Especializado na Proteção ao Patrimônio Público (Gepatria) e pelo Grupo de Atuação Especial no Combate ao Crime Organizado (Gaeco). De acordo com a investigação, o grupo empresarial de Curitiba se dividiu em três consórcios para participar da licitação, que teria lhes sido direcionada a partir de um esquema articulado por um núcleo de advogados.
Segundo o G1 , os réus responderão ao processo em Guarapuava, onde a operação começou.
Os réus são acusados de associação criminosa, fraude à licitação e falsidade ideológica. Entre os denunciados estão Marcos Isfer, que era presidente da Urbs na época da licitação; os ex-diretores da Urbs, Fernando Ghignone (atual secretário de Administração e Previdência do governo do Paraná) e Luiz Filla; o advogado Guilherme de Salles Gonçalves; e os empresários Dante José Gulin, José Luiz de Souza Cury, Acyr Antônio Gulin, Rodrigo Hoelzel, Julio Vianna Junior, Felipe Busnardo Gulin, Antônio José Vellozo, Marco Antônio Gulin, Wilson Luiz Gulin e Vergínia Luiza Macedo.
SEGUNDO O MP-PR: Veja como a licitação de ônibus de Curitiba foi direcionada
Na decisão que recebeu a denúncia, publicada nesta sexta (10), a juíza Susan Perez da Silva, de Guarapuava, argumenta que caso o processo continuasse parado, o crime de fraude à licitação prescreveria no final deste mês. Além de receber a denúncia, ela recomendou prioridade à sua tramitação. Com a movimentação, começa a correr um novo prazo, de oito anos, para que o crime seja julgado. Os réus têm dez dias para apresentarem defesa prévia no processo.
De acordo com a reportagem do G1, os réus Marcos Isfer, Fernando Ghignone e a família Gulin disseram que o caso já foi analisado por outras esferas judiciais, que não constataram ilegalidades nos processos de licitação. Guilherme Gonçalves classificou as acusações de “absurdas”, porque, segundo ele, o próprio delator confirmou que ele não teve participação no esquema.
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