A 4ª Vara Criminal de Curitiba iniciou nesta quarta-feira (14) as audiências da ação penal que tem entre os réus o ex-diretor da Assembleia Legislativa do Paraná (Alep), Abib Miguel – o Bibinho, que é acusado de lavagem de dinheiro. A ação é decorrente da “Operação Argonauta”, deflagrada pelo Grupo de Atuação Especial e Combate ao Crime Organizado (Gaeco) e na qual Bibinho foi preso, enquanto recebia uma mala que continha cerca de R$ 70 mil, em pleno Aeroporto Juscelino Kubitschek, em Brasília.
O ex-diretor da Assembleia chegou ao Fórum Criminal de Curitiba, no bairro Santa Cândida, pouco antes das 13 horas. Ao perceber que era fotografado, fez cara de ironia e entrou no bloco, acompanhado do advogado Jorge Vargas. Bibinho se limitou a dizer que não dá entrevistas e seguiu diretamente para a sala da 4ª Vara, onde ele e outros 12 réus seriam ouvidos.
A expectativa da promotoria é de que a audiência tenha que ser retomada na quinta-feira (19), principalmente pelo número de depoentes arrolados. A acusação elencou 16 possíveis testemunhas, enquanto a defesa listou mais de 70. O caso está sob responsabilidade da juíza Melissa de Azevedo Olivas.
Além de Bibinho, figuram como réus outros sete familiares do ex-diretor da Assembleia – inclusive seus três filhos – e um advogado dele. Segundo a denúncia, entre 2007 e 2010, Bibinho foi o responsável pelo desvio de mais R$ 216 milhões (em valores atualizados), por meio de um esquema de contratação de “funcionários fantasmas”. O caso veio à tona após a publicação da série de reportagens Diários Secretos, feita por Gazeta do Povo e RPC.
A investigação do Gaeco concluiu que o dinheiro era lavado por meio da aquisição e exploração de imóveis rurais. Bibinho e seus familiares mantinham mais de 60 propriedades, em diversos estados. Antes da audiência judicial, o promotor do Gaeco, Denílson Soares de Almeida, destacou o volume e a qualidade das provas colhidas ao longo da “Operação Argonauta”. Além do rol de imóveis em nome de Bibinho, de seus filhos e de laranjas, a denúncia contêm gravações autorizadas pela Justiça, na qual o ex-diretor da Alep conversa, inclusive, com o doleiro Alberto Yousseff.
O ex-diretor da Alep já foi condenado duas vezes, em desdobramentos de investigações sobre o esquema de funcionários fantasmas da Assembleia.
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