Os vereadores de Curitiba levaram para o plenário da Câmara Municipal a discussão sobre as festas que têm acontecido nas calçadas de bares na região do Shopping Hauer, no Batel. Os parlamentares relataram que têm sido procurados por moradores e comerciantes da região que reclamam do lixo deixado no local, do barulho e da venda e consumo de drogas.
Quem puxou o debate no Legislativo foram os vereadores Pier Petruzziello (PTB), líder do governo, e Felipe Braga Côrtes (PSD), da bancada independente. Eles lamentaram a sujeira deixada por frequentadores e outras situações, como interrupção do trânsito, barulho e tráfico de drogas. “Isso não é culpa do governo. É culpa do ser humano, do pai e da mãe que não educou. Isso é reflexo da juventude de Curitiba”, afirmou Petruzziello.
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Já Braga Côrtes sustenta que há questões que agravam o problema que passam pela atuação dos vereadores e da prefeitura. “Não é só uma questão de educação, temos alguns problemas burocráticos, legislações, falhas em relação a isso”, defendeu. “Tem um problema logístico, de fiscalização, que é absurdo. A PM não pode fazer a fiscalização do ambulante e não há fiscais do Urbanismo [Secretaria Municipal] na madrugada, só quando há ações da Aifu [Ação Integrada de Fiscalização Urbana]”, afirmou.
Para buscar resolver esse problema, Braga Côrtes encaminhou uma sugestão ao Executivo pedindo que a Guarda Municipal de Curitiba, após a devida capacitação de seus agentes, seja autorizada a aplicar multas aos vendedores ambulantes que atuam irregularmente.
A tese de Braga Côrtes é de que boa parte dos incômodos gerados aos moradores e comerciantes do entorno é causado pela atuação dos ambulantes.“Independente de o comercio aberto ou não, o público continua na calçada porque tem os ambulantes. Os próprios comerciantes estão pedindo essa fiscalização porque está tendo muito abuso; abuso de sujeira, barulho, de drogas”, afirmou.
Coleta do lixo
Tanto Petruzziello como Braga Côrtes concordam que os bares devem assumir a responsabilidade sobre os efeitos colaterais causados pela grande movimentação de pessoas na região. “Esse lixo, era justo que os próprios comerciantes recolhessem”, afirmou Braga Côrtes, lembrando que há outros estabelecimentos da cidade onde os frequentadores também ficam nas calçadas que já adotam essa prática.
O presidente do Sindicato das Empresas de Gastronomia, Entretenimento e Similares de Curitiba (Sindiabrabar), Fábio Aguayo, concorda que a responsabilidade da coleta de lixo deve ser dos comerciantes, apesar de destacar que boa parte da sujeira é gerada pelo comércio dos ambulantes.
“Vamos chamar os empresários para assinar um documento prevendo que vai ter que limpar, organizar, seguir algumas regras, enfim, fazer a parte que nos cabe. A partir daí vamos separar o joio do trigo. Tudo tem um limite. Não pode usar a rua como sala de estar e banheiro público”, afirmou Aguayo.
Ele demonstra preocupação com as sanções que os estabelecimentos podem sofrer caso a situação não seja resolvida. “Desse jeito ou vem uma cassação de alvará ou só vai poder funcionar o estabelecimento que tem serviço interno”, disse.
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Pedidos da Câmara
Além da cobrança pela responsabilidade da coleta de lixo, os vereadores pedem também ações da prefeitura que podem mitigar o incômodo aos vizinhos.
Braga Côrtes fez um requerimento solicitando ao município que – enquanto os comerciantes não recolhem a sujeira – a prefeitura intensifique o trabalho dos garis no local. Além disso, o parlamentar pediu também operações mais frequentes da AIFU (Ação Integrada de Fiscalização) e a melhoria da iluminação no local, que segundo ele, inibiria o comércio de drogas e também as pessoas que urinam nas ruas do entorno.
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