A próxima quinta-feira (10) marca a concretização de um avanço considerado prioritário para o transporte aéreo paranaense: o início da operação de voos comerciais regulares a partir do Aeroporto Municipal de Pato Branco, no Sudoeste do estado, com incremento de rotas regionais. A novidade é essencial ao desenvolvimento do estado, de acordo com o Plano Estadual de Logística em Transporte do Paraná (Pelt-2035), um compilado de intervenções em infraestrutura consideradas necessárias na avaliação do Fórum Permanente Futuro 10 Paraná, capitaneado pela Federação das Indústrias do Estado (Fiep).
O voo inaugural da rota Pato Branco-Curitiba, operada pela Azul, está confirmado para esta quinta-feira (10), com operação inicialmente semanal, mas que deve passar a diária nos próximos meses. De acordo com a companhia aérea, com a criação do novo trecho, o Paraná passa ao posto de terceiro estado nas operações da empresa, atrás apenas de São Paulo e Minas Gerais. Também passa a funcionar nesta quarta-feira (9) um novo voo entre Curitiba e Toledo, também de responsabilidade da Azul.
Após adaptações cobradas pela Agência Nacional de Aviação Civil, o aeródromo municipal de Pato Branco foi elevado à categoria de aeroporto em setembro de 2018. Para o terminal da cidade, o Pelt previa a utilização de aviões A319, com capacidade para 124 a 156 passageiros (a depender das configurações internas), entretanto o avanço foi mais modesto. A Anac autorizou a operação de aeronaves ATR72-600, de médio porte e capacidade para cerca de 70 passageiros, utilizado em especial para viagens regionais.
Como caminha o setor no Paraná
Apesar do passo adiante, o desenvolvimento do setor segue em câmera lenta no estado. Com relação às medidas para alavancar o transporte via ar, o guia elaborado em 2016 lista 20 pontos que precisam ser implementados para garantir desenvolvimento ao setor produtivo nas próximas duas décadas. Desses, quatro receberam o carimbo de prioridade: a instalação do sistema de aproximação ILS I ou II em Londrina; a viabilização de voos comerciais seguida de autorização para aumento da capacidade em Ponta Grossa e a operação de voos regulares nos terminais de Francisco Beltrão e Pato Branco. Apenas o último tem data para sair do papel.
De acordo com o secretário municipal de Desenvolvimento Econômico de Pato Branco, Osmar Braun Sobrinho, o investimento total foi de R$ 15 milhões, dos quais R$ 2,6 milhões vieram do governo federal e R$ 1 milhão da iniciativa privada. “Com essa logística vamos mudar o perfil da região”, diz o secretário.
Braun Sobrinho comenta ainda outro projeto em andamento e elencado pelo Pelt: o Aeroporto Regional do Sudoeste do Paraná. “Um aeroporto regional vai demorar; só a licença ambiental, uns 10 anos. É importante esse movimento porque em 20 anos a região vai desenvolver bastante e já será necessária uma segunda opção”, pontua, ao defender que não encara o desenvolvimento da nova proposta como concorrência, mas como apoio para o desenvolvimento do sudoeste paranaense e também o noroeste de Santa Catarina, considerando que o aeroporto mais próximo é o de Chapecó (SC), a 130 km.
Aeroporto regional é prioridade
De acordo com o presidente da Associação dos Municípios do Oeste do Paraná e vice-prefeito de Francisco Beltrão, Antônio Pedron, o aeroporto regional é encarado como prioridade. São três locais indicados para avaliação pela Secretaria de Aviação Civil, o que deve acontecer em janeiro.
O próprio município de Francisco Beltrão também era encarado como prioritário de acordo com o Pelt, mas a intenção de transformá-lo para porte regional foi abandonada, segundo o vice-prefeito, que acumula ainda o cargo de secretário de Planejamento Municipal: “não tem homologação, segue sem capacidade. Projeto maior nosso é para a cidade de Renascença”, diz, citando a localização favorita para o novo terminal regional. “Esse terminal atenderia em especial o extremo oeste catarinense e todo o sudoeste do Paraná”, avalia, “é uma bandeira que existe e vamos batalhar bastante, mesmo que seja um voo por dia”.
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Londrina precisa de equipamento específico
Operado pela Infraero, Londrina também aparece como aeroporto prioritário, mas precisa de uma ajuda específica: o sistema de pousos por instrumentos, com auxílio via rádio, para permitir aproximações mesmo que em situações desfavoráveis visualmente, evitando os fechamentos em decorrência das más condições do tempo.
Quando da renovação do acordo de cooperação com a Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária, a instalação do ILS foi prevista para ocorrer até janeiro de 2019, mas a expectativa mudou. Segundo a Infraero, em nota, o processo para instalação do ILS no Aeroporto de Londrina se encontra na fase de desapropriação de áreas entre a Infraero e a prefeitura. Esse processo necessita ser concluído pelo município e, posteriormente, a área deve ser repassada à União. Em paralelo, a Infraero informa que já contratou a elaboração dos projetos para a instalação do equipamento. Apesar da continuidade de ações, não há possível data para a conclusão.
Outro município indicado como potencial para a regionalização é Ponta Grossa. Recentemente o Aeroporto Municipal Comandante Amilton Beraldo, conhecido como Sant’Ana,completou dois anos de aviação comercial, com operação de voos regulares desde outubro de 2016, no trecho até Campinas (SP). A expectativa do Pelt é pela operação do Airbus A319, assim como as esperanças iniciais para Pato Branco, mas a Gazeta do Povo não conseguiu confirmar como está o andamento das ações para conseguir o aumento de capacidade.
No Guia de Obras Para o Desenvolvimento do Paraná, foram apresentadas 120 propostas de projetos e intervenções nos diferentes modais a serem implementadas até 2035.
O Fórum permanente Futuro 10 Paraná – que congrega 17 entidades com o objetivo de estabelecer a prioridades para o desenvolvimento paranaense. Nesse cenário as questões de infraestrutura e logística têm sido objeto permanente de atenção e acompanhamento por parte do Fórum.
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