Na tentativa de escapar do cenário brasileiro marcado pela crise na economia, o governo do Paraná resolveu apresentar o estado aos estrangeiros. A tiracolo, números que indicariam que, a despeito da má fase nacional, o Paraná é um lugar seguro para os investidores. Na prática, a ideia tem sido vendida pelo próprio governador do Paraná, Beto Richa (PSDB), em encontros com embaixadores, organizados pelo seu novo secretário em Brasília, o ex-deputado federal Luciano Pizzatto.
As duas reuniões realizadas até aqui foram no mesmo formato: Beto Richa desembarca em Brasília com uma comitiva formada praticamente pelo primeiro escalão (quase uma dúzia de secretários e presidentes de empresas públicas, além do prefeito de Curitiba, Rafael Greca) para se apresentar a um grupo de embaixadores.
Com a ajuda de um projetor de imagens, o próprio tucano se encarrega de mostrar os números regionais aos estrangeiros – a maioria já com uma boa compreensão do português; uma minoria não.
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Às autoridades, Beto Richa gosta de citar, por exemplo, que o Paraná foi eleito pela Revista The Economist, por duas vezes consecutivas, o segundo estado mais competitivo do país. Perde apenas para São Paulo.
O governador também fala de indústria automotiva, de parque petrolífero. “Somos o segundo maior produtor de grãos e a quinta maior economia do país”, diz o governador do Paraná.
Depois da explanação, os embaixadores são convidados para um almoço no Baby Beef Rubaiyat, um restaurante acostumado com clientela estrangeira, às margens do Lago Paranoá. Ao final, ganham um material impresso encorpado, sobre o Paraná, entregue pela equipe de Pizzatto.
De concreto, nada se anuncia após um encontro do tipo. Mas, na visão do governo do Paraná, trata-se de um “networking” importante. “Curitiba junto cria uma imagem mais amigável. E sempre impressiona bem. Durante o almoço, já estão todos interagindo. Tem sido uma experiência positiva”, avaliou Pizzatto à Gazeta do Povo.
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O primeiro encontro, realizado em agosto, reuniu representantes dos Estados Unidos, China, Japão, França, Espanha, Itália, Ucrânia, Alemanha e Suécia. O segundo encontro, na última terça-feira (17), contou com a participação dos embaixadores do Irã, Israel, Líbano, Turquia, Catar, e representantes do corpo diplomático do Kuwait e da Arábia Saudita no Brasil.
A ideia, antecipou Pizzato, é fazer mais dois encontros semelhantes até o final do ano. Um deles seria com embaixadores de países africanos.