Dos 30 deputados federais do Paraná, 16 votaram a favor do relatório da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) que recomendava o arquivamento da denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) contra o presidente da República, Michel Temer (PMDB), por crime de corrupção passiva, na esteira das delações da JBS. Outros 11 paranaenses votaram contra o parecer do colegiado e, portanto, contra o presidente Temer e a favor do prosseguimento da denúncia da PGR.
LEIA MAIS: Veja como votou cada um dos 30 deputados do Paraná
Três paranaenses não estavam no momento da chamada. Entre eles, Osmar Serraglio (PMDB), longe dos holofotes desde a polêmica exoneração da Esplanada dos Ministérios. Os outros dois não conseguiram chegar à sessão a tempo da votação, que era nominal: caso de Luciano Ducci (PSB) e Reinhold Stephanes (PSD). Ainda assim, a dupla quis marcar posição e foi ao microfone para o registro “simbólico” dos votos: Stephanes a favor do arquivamento da denúncia; Ducci a favor do prosseguimento da peça.
Ao microfone, a economia e as reformas tocadas pelo Planalto serviram de justificativa de voto, tanto para um lado quanto para o outro, ao menos nos breves discursos que os parlamentares fizeram em plenário, de cerca de 15 segundos.
“Votar sim ao relatório não significa dizer que o presidente é inocente. Mas votar sim significa votar com as reformas, com o desenvolvimento, por um país melhor para todos nós. Voto sim pelo Brasil”, justificou Alex Canziani (PTB), o primeiro da bancada paranaense a votar, já que se tratava de uma chamada alfabética.
LEIA MAIS: “Janot não bate bem da cabeça”, diz ministro da Saúde
Alfredo Kaefer (PSL) também falou em “estabilidade”, assim como Edmar Arruda (PSD). “Pelo país que produz, pelo meu Paraná, que gera riquezas, eu voto sim”, discursou Evandro Roman (PSD). “Para continuarmos com as reformas tão importantes para o nosso país”, justificou Toninho Wandscheer (Pros), ao defender o voto pró-Temer.
Dilceu Sperafico (PP) seguiu na mesma toada: “Pelo bem do Brasil, pela agricultura e pelas reformas, eu voto sim”. “Pensando no bem do nosso país, da nossa economia e da credibilidade internacional”, repetiu Luiz Nishimori (PR).
Relator e entusiasta da reforma tributária, Luiz Carlos Hauly (PSDB) também resolveu votar a favor do relatório: “Sim à recuperação econômica brasileira, sim às reformas, sim à reforma tributária. Pelo Brasil, sim”. O segundo tucano da bancada do Paraná, Nelson Padovani, também votou a favor do relatório.
Também integrante da base aliada, Rubens Bueno (PPS) adotou outra postura: “Sim à reforma da previdência, sim à reforma trabalhista, sim à reforma política, sim à reforma daquilo que nós mais queremos, que é a reforma tributária e, aqui, o voto é sim pelo procurador-geral da República, e não pelo relatório”.
Da base aliada do presidente Temer, Rubens Bueno não foi o único a se posicionar contra o arquivamento da denúncia. Vice-líder do governo Temer, Fernando Francischini (SD) também não quis registrar um voto pró-peemedebista: “Por uma questão de coerência com a representação que faço aqui na Câmara da minha instituição, a Polícia Federal, eu voto não”.
Christiane Yared (PR) e Sandro Alex (PSD) foram contra os comandos das suas respectivas legendas. “Estou cumprindo a minha função constitucional de fiscalizar”, resumiu o parlamentar do PSD.
As reformas assumidas pelo governo federal também estiveram na boca de parlamentares que votaram contra o presidente Temer. “Contra as reformas que empobrecem o povo brasileiro e em respeito ao povo paranaense, voto não ao relatório”, justificou Enio Verri (PT). Zeca Dirceu (PT) votou contra o presidente Temer também em nome daqueles “que lutam e lutaram contra a reforma da previdência e contra a reforma trabalhista”. “Dizendo não ao relatório estamos dizendo não à reforma da previdência”, disse Assis do Couto (PDT).
Os quatro paranaenses do mesmo PMDB do presidente Temer agiram de forma diferente na votação. Ex-ministro de Temer, Osmar Serraglio não apareceu para votar. João Arruda fez um voto meramente protocolar – “eu voto sim” -, sem dar justificativas. Já Hermes “Frangão” Parcianello preferiu tentar uma explicação: “Este é um voto político. Não é contra a Justiça, nem contra a PGR”. Até pouco tempo antes da votação, lideranças peemedebistas avisavam que haveria consequências para filiados desobedientes.
Integrante da bancada rural, Sergio Souza era o único peemedebista do Paraná aparentemente entusiasmado: “O Brasil dá sinais claros de retomada do crescimento, geração de emprego, PIB positivo, balança comercial positiva. Isso é uma estabilidade”.
Congresso prepara reação à decisão de Dino que suspendeu pagamento de emendas parlamentares
O presente do Conanda aos abortistas
Governo publica indulto natalino sem perdão aos presos do 8/1 e por abuso de autoridade
Após operação da PF, União Brasil deixa para 2025 decisão sobre liderança do partido na Câmara
Deixe sua opinião