• Carregando...
Lula e Ratinho em foto de 2012. | Divulgação/Arquivo
Lula e Ratinho em foto de 2012.| Foto: Divulgação/Arquivo

Apesar de estar preso na sede da Polícia Federal em Curitiba desde o último dia 7 de abril em virtude do processo do tríplex do Guarujá, o ex-presidente Lula (PT) deverá ser o maior cabo eleitoral das eleições deste ano. No Paraná, porém, os principais concorrentes ao governo do estado − com exceção do senador Roberto Requião (PMDB) – tentarão fugir de qualquer ligação com o petismo. Mas nenhum deles conseguirá apagar o passado e as relações que mantiveram com o PT em algum momento nos últimos 15 anos. Mesmo os pré-candidatos alinhados ao grupo do ex-governador Beto Richa (PSDB) trazem marcas petistas no currículo.

Hoje deputado estadual, Ratinho Jr. (PSD) apoiou Lula no segundo mandato e Dilma Rousseff (PT) no primeiro, enquanto ocupou uma cadeira na Câmara Federal. Além disso, o pai dele, o apresentador Ratinho, nunca escondeu manter uma relação de amizade com o ex-presidente da República, a ponto de pedir a ele que não viesse a Curitiba no segundo turno da eleição para prefeito em 2012. Na ocasião, Ratinho Jr. enfrentava Gustavo Fruet (PDT), que era apoiado pelo PT.

No mesmo ano, Ratinho fez uma entrevista de 40 minutos no SBT com Lula, que trouxe a tiracolo o então candidato a prefeito de São Paulo Fernando Haddad (PT) – todos acabaram multados por propaganda antecipada pela Justiça Eleitoral. A ligação da família com o núcleo petista, entretanto, ficou estremecida naquelas eleições, quando a senadora Gleisi Hoffmann (PT) disse que Fruet era um candidato com “nome e sobrenome”, ao contrário de Ratinho Jr. “Ela não tinha o direito de fazer esse comentário, de colocar isso na televisão, desqualificando o meu filho, me desqualificando. Ela se tornou minha inimiga, minha adversária. Eu quero que ela morra”, disse o apresentador, em entrevista à Revista Piauí.

Já a governadora Cida Borghetti (PP) fez parte da base de apoio de Dilma na Câmara entre 2011 e 2014, quando foi deputada federal. E a ligação do marido dela, o ex-ministro Ricardo Barros (PP), com o petismo foi ainda maior. Também na Câmara, ele ocupou o posto de um dos cinco vice-líderes dos governos Lula e Dilma. Às vésperas da votação da abertura do processo de impeachment contra a petista, inclusive, ele foi convidado a comandar o Ministério da Saúde na tentativa de atrair os votos do PP para salvar a petista do afastamento. Nas horas seguintes, no entanto, o apoio da legenda migrou para o lado do então vice Michel Temer (PMDB), também com a garantia do cargo de ministro a Barros.

Osmar Dias (PDT), por sua vez, está filiado a um dos partidos que tem defendido Lula das investigações da Operação Lava Jato. Como senador, ele chegou a fazer oposição ao ex-presidente, sobretudo no primeiro mandato do petista. Em 2010, porém, recebeu apoio dele na disputa pelo governo do Paraná e pediu votos para Dilma chegar ao Palácio do Planalto. Derrotado por Richa na ocasião, foi nomeado vice-presidente de Agronegócios do Banco do Brasil em abril de 2011, permanecendo no cargo até julho de 2016.

Comício com Requião, Osmar e Lula em 2010.Arquivo

O único que faz questão de mostrar sua proximidade com o PT é Requião. O senador paranaense chegou a ter o nome cotado para a vice numa eventual chapa encabeçada por Lula e ainda foi convidado a se filiar à legenda petista. Desde o início do processo que derrubou Dilma, Requião faz oposição aberta a Temer, apesar de ser do mesmo partido do atual presidente da República. Essa postura e o histórico de alianças entre eles animaram o PT local a discutir o apoio ao parlamentar na tentativa dele de ocupar o Palácio Iguaçu pela quarta vez.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]