No evento em que apresentou o balanço dos primeiros cem dias à frente da prefeitura de Curitiba, Rafael Greca (PMN) queixou-se novamente da situação financeira da cidade, listou ações da gestão em todas as áreas do município, voltou a criticar a gestão de Gustavo Fruet (PDT) e, para defender seu pacote de ajuste fiscal, endureceu o discurso contra os sindicatos dos servidores municipais.
Greca criticou o que chamou de “tirania do discurso dos sindicatos” e afirmou que não há maldades no pacote de ajuste enviado à Câmara.
“Há só a salvação da carreira de servidor público municipal e o provisionamento da previdência para que a gente não quebre como Porto Alegre, Rio de Janeiro e Minas Gerais, aliás, governos que são modelos dos líderes sindicais. Eles que vão para lá”, disse o prefeito.
Greca voltou a rebater as críticas dos sindicalistas e, novamente, insistiu na tese de que os servidores inteligentes entendem a necessidade do envio do pacote à Câmara.
“A maior parte dos professores de matemática da rede pública está me apoiando porque sabem fazer contas. Os que me contrariam, não sabem fazer contas”, afirmou.
Ainda sobre o ajuste, Greca mostrou-se otimista com a aprovação dos projetos na Câmara Municipal e afirmou que o Executivo não tem interesse em pedir a tramitação em regime de urgência. Mesmo assim, Greca conta com a aprovação do pacote até o mês de maio.
“Eu acho que não é conveniente o regime de urgência porque são matérias de grande complexidade. Eu quero que se esgote a discussão para que não haja a instrumentação ideológica do processo, para que se prove que não nos move outro interesse que o bem de Curitiba”, afirmou.
Realizações
Durante seu discurso, o prefeito apresentou uma lista minuciosa com as realizações da prefeitura nestes cem primeiros dias de gestão. Dos mutirões de saúde às obras públicas retomadas; do pagamento de dívidas à aula magna que proferiu aos estudantes da educação infantil, Greca falou de ações em todas as áreas do governo.
O prefeito também comentou a decisão de descartar o projeto de coleta e destinação do lixo realizado pela gestão anterior. Na semana passada a prefeitura anunciou que manterá os serviços nos mesmos moldes em que são prestados hoje.
“Eu não preciso pagar R$ 5 milhões para uma consultoria que veio de fora. Nossa turma tem expertise e sabe como fazer. Quem está coordenando esse processo é gente que me fez ganhar o prêmio mundial do Habitat”, afirmou.
Presença de servidores
Como tem acontecido nas aparições públicas do prefeito, os sindicatos municipais marcaram presença no evento desta segunda-feira (10). Cerca de dez servidores acompanharam o discurso de Greca e no momento em que o prefeito concedia entrevista à imprensa questionaram-no sobre a falta de negociação com os sindicatos. Os sindicalistas também se queixaram do tom da fala do prefeito sobre o funcionalismo.
“Sobre esse ajuste fiscal nós não tivemos nenhuma conversa. O Ajuste foi para Câmara no dia 28, às 15h, e nós recebemos esse projeto de lei, que a gente nem sabia que estava indo para a Câmara naquele dia, algumas horas antes. Nós nem estudamos o projeto antes disso”, disse Soraya Zgoda, coordenadora de comunicação do sindicato.