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Júlio Reis, o novo secretário de Segurança do Paraná | Marcelo Andrade/Gazeta do Povo
Júlio Reis, o novo secretário de Segurança do Paraná| Foto: Marcelo Andrade/Gazeta do Povo

O delegado Júlio Reis abriu seu primeiro discurso como secretário da Segurança Pública do Paraná, no fim da tarde desta segunda-feira (5), prometendo fazer uma “gestão a quatro mãos” com a Polícia Militar (PM). Ele assumiu a vaga do delegado federal Wagner Mesquita, que foi demitido pelo governador Beto Richa (PSDB), após sofrer pressões exercidas por oficiais da PM. Por isso, o novo secretário fez questão de destacar que deve haver uma “harmonia” e “sinergia” entre as corporações que integram as forças de segurança do estado.

A proximidade com a PM se deve ao novo diretor-geral da Sesp, que passa a ser o coronel Orlando Arthur da Costa e que deve ser uma espécie de braço direito do secretário. Ao longo de entrevista coletiva concedida nesta segunda-feira, Reis frisou o tempo todo que a tônica deve ser tentar harmonizar as forças de segurança.

“A segurança pública é dever de todos os órgãos. É dever da PM, é dever da Polícia Civil, é dever da Polícia Científica e do Departamento Penitenciário. Se uma dessas forças tiver dificuldade em atender alguma situação, todas as outras devem atuar de forma conjunta para que tal problema seja solucionado”, destacou.

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O novo secretário também foi questionado quanto a crise carcerária – em que o Paraná figura como o estado com o maior número de presos em delegacias: mais de 9 mil pessoas detidas em distritos policiais. Reis apontou que o problema “é crônico” e que “não existe mágica”, mas destacou algumas medidas já iniciadas por Mesquita e que podem ajudar a amenizar o problema.

Como exemplo, ele mencionou a abertura de novas vagas do 11º Distrito Policial (DP) por meio de celas modulares – os shelters, que são uma espécie de contêiner de concreto e a construção de novas unidades prisionais – que são prometidas pelo governo Richa desde o primeiro ano de governo.

“Seria uma irresponsabilidade minha dizer que vou resolver isso de uma hora pra outra. O assunto é complexo, mas isso é um dos assuntos que vão ser priorizados pela pasta”, disse.

Júlio Reis disse que está definindo quais serão as políticas de sua gestão. Mas destacou a queda dos índices de criminalidade, publicados no último levantamento divulgado no mês passado pela Sesp.

“Gestão-relâmpago”?

Apesar de ter acabado de assumir a pasta, Júlio Reis pode ficar apenas dois meses à frente da Sesp. Se for disputar a eleição ao Senado, Richa tem até abril para deixar o governo. Em seu lugar, assumiria a vice-governadora Cida Borghetti (PP), que já teria outra pessoa para indicar à secretaria. O atual secretário, por sua vez, não manifestou preocupação com relação a isso: disse que encara sua nomeação como uma “missão”, independentemente do tempo que passe no cargo.

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“Eu não trabalho com esse calendário. Esse é um calendário político e eu fui convidado para assumir a Secretaria de Segurança Pública até por ser um técnico. Queremos dar esse caráter técnico. É impossível trabalhar com esse calendário político, porque eu não sei, talvez nem ele [Richa] saiba”, disse Reis.

Em relação à contratação de agentes, o novo secretário disse que deve ser lançado um novo concurso para a contratação de escrivães e confirmou que o governo deve nomear alguns delegados aprovados em concurso – mas não revelou o número de contratações. O Paraná tem quase 270 cidades sem delegado e nove cidades sedes de comarca que também não têm o profissional.

Antes de assumir a Sesp, Júlio Reis era delegado-geral da Polícia Civil. Em seu lugar, ficará Naylor Gustavo Robert de Lima, que era delegado-geral-adjunto.

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