Promessa de campanha de Ratinho Junior , o corte de secretarias segue um grande mistério para 2019. Nos debates eleitorais, o governador eleito sempre desconversou sobre quais pastas pretende extinguir. Agora, aguarda a conclusão de um estudo contratado da Fundação Dom Cabral, que vai redesenhar o primeiro escalão estadual. O político do PSD toma posse no dia 1º de janeiro.
Num dos raros embates que teve com Cida Borghetti (PP) durante a campanha, Ratinho falou em cortar 50% das, segundo ele, 28 secretarias de Estado. Em resposta, a governadora disse que o estado tem 17 pastas, além de quatro estruturas com esse status: Casa Civil, Casa Militar, Procuradoria Geral e Controladoria Geral (veja infográfico abaixo, com o orçamento de cada área).
Na verdade, porém, nenhum deles estava correto. Além dos 21 órgãos elencados por Cida, a gestão atual tem cinco secretarias especiais: Chefia de Gabinete do Governador, Administração Penitenciária, Desenvolvimento Econômico, Trabalho e Relações com a Comunidade, e Direitos da Pessoa com Deficiência. São estruturas constituídas formalmente apenas pelo próprio secretário, sem orçamento nem estrutura própria. Portanto, ao pé da letra, o Paraná tem hoje 26 secretarias de Estado.
É nessas pastas especiais e em uma ou outra secretaria propriamente dita que Ratinho deve promover o corte que alardeou durante a campanha. Algumas delas, no entanto, ele próprio já adiantou – antes ou depois de eleito – que irá manter: Saúde, Educação, Segurança Pública, Planejamento, Fazenda, Administração, Agricultura e Meio Ambiente. “O fato de não ter uma secretaria não quer dizer que você não vai ter políticas públicas de determinada área. Quando se fala em cortar secretarias, é para dar eficiência e rapidez nas tomadas de decisões e cortar custos”, afirmou Ratinho no debate de campanha contra Cida, realizado pela Gazeta do Povo.
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O que Ratinho deve fazer?
Especula-se, por exemplo, que o governador eleito poderia retirar o status de secretaria da Comunicação Social e vinculá-la ao próprio gabinete ou à Casa Civil. Também haveria a possibilidade de juntar a Cultura ao Esporte e Turismo.
Essa extinção ou fusão de secretarias não é novidade no Paraná. Logo no primeiro ano de mandato à frente do Palácio Iguaçu, Beto Richa (PSDB) uniu as pastas de Transportes e de Obras, criando a megasecretaria de Infraestrutura e Logística. No período de um ano, entre 2013 e 2014, criou e extinguiu a Secretaria de Governo. Também em 2014, acabou com a pasta do Trabalho e passou as atribuições da área para a Família e Desenvolvimento Social, criando a Secretaria do Trabalho e Desenvolvimento Social – cuja estrutura já foi remodelada e é diferente hoje.
Pago pelo G7, que reúne as principais entidades do setor produtivo do Paraná, o estudo da Fundação Dom Cabral que norteará as decisões de Ratinho deve ser concluído entre o final deste mês e o começo de dezembro.
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