Começou, por volta das 16 horas desta quinta-feira (12), uma nova perícia do caso envolvendo o ex-deputado Luiz Fernando Ribas Carli Filho, que se envolveu numa colisão de trânsito em maio de 2009, resultando na morte de duas pessoas em Curitiba.
Segundo a deputada federal Christiane Yared (PR), mãe de um dos dois rapazes mortos na colisão, a nova perícia e reconstituição foram solicitadas pela defesa do ex-deputado e fazem parte do processo que corre na esfera cível, de caráter indenizatório, impetrado pela família Yared.
“O governo do estado autorizou nova perícia, mais uma vez indo contra aquilo que a própria Criminalística do estado acabou dizendo”, afirma a deputada, que questiona ainda a data da perícia em pleno feriado. Na esfera criminal, o processo está parado no Supremo Tribunal Federal.
A assessoria da Polícia Civil, por sua vez, informa que a perícia não será feita pela delegacia que cuida do caso e acredita tratar-se de uma perícia independente.
A reconstituição ocorre no local do acidente, na Rua Monsenhor Ivo Zanlorenzi, esquina com a Rua Paulo Gorski, no bairro Mossunguê, em Curitiba. O ex-deputado não estará presente.
O escritório do advogado René Dotti, que representa Carli Filho, informou que não iria comentar o caso porque o processo tramita em segredo de justiça.
Segundo a prefeitura de Curitiba, agentes da Setran estão no local para orientar o trânsito, das 15 às 20 horas.
Entenda o caso
Há oito anos, na madrugada de 7 de maio de 2009, uma colisão matou Gilmar de Souza Yared e Carlos Murilo de Almeida, na época com 26 e 20 anos, respectivamente. No volante do carro que provocou a batida estava o então deputado estadual Luiz Fernando Ribas Carli Filho.
Na época, um exame no hospital onde ele foi atendido mostrou que o ex-parlamentar tinha 7,8 decigramas de álcool por litro de sangue. No entanto, como o exame foi realizado enquanto Carli Filho estava desacordado, a Justiça desconsiderou o teste como prova.
Em fevereiro de 2014, a 1.ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Paraná (TJ-PR) entendeu que havia indícios de que Carli Filho assumiu o risco de matar ao dirigir em alta velocidade e depois de ingerir bebida alcoólica, e confirmou o júri popular. Carli Filho seria julgado nos dias 21 e 22 de janeiro, por duplo homicídio doloso qualificado.
Na decisão que concedeu a liminar e suspendeu o júri, o ministro Ricardo Lewandowski entendeu que seria necessário que os recursos interpostos pela defesa fossem julgados antes.
Em maio do ano passado, em mais um capítulo polêmico dessa história, Carli Filho divulgou um vídeo pedindo perdão às mães dos jovens mortos. Em resposta, a mãe de um deles, a deputada Chistiane Yared reagiu imediatamente, dizendo que o ex-deputado estava “sete anos atrasado para o enterro” do filho dela e que não percebeu sinceridade no pedido de perdão.
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