Dos 38 vereadores de Curitiba, oito estão sob investigação da promotoria de Proteção ao Patrimônio Público do Ministério Público (MP) do Paraná. Além dos atuais parlamentares, outros seis ex-vereadores também são alvos de investigações do MP. Entre os crimes investigados estão a retenção de parte do salário dos assessores; o emprego de funcionários fantasmas e também investigações relativas a evolução patrimonial de parlamentares.
Do total de 14 inquéritos, oito são relativos a fatos anteriores a 2015 e seis dizem respeito a casos mais recentes. O levantamento divulgado pelo Ministério Público não revela o nome dos parlamentares nem quais são as suspeitas especificas que recaem sobre os atuais parlamentares. As investigações, que correm sob sigilo, estão sendo conduzidas pela promotora de Justiça Letícia Mendes de Oliveira Cuenca.
Apesar do sigilo, quatro dos oito investigados já são conhecidos. Katia Ditrich (SD), Rogério Campos (PSC), Geovane Fernandes (PTB) e Thiago Ferro (PSDB) estão sendo investigados pelo MP sobre possível crime de apropriação dos salários de servidores comissionados.
Além deles, há também um procedimento que envolve o vereador Osias Moraes (PRB). O presidente da Câmara de Curitiba, vereador Serginho do Posto (PSDB), relatou que recebeu um pedido de informações do MP a respeito do vereador Osias Moraes, mas não confirmou se a solicitação é relativa a uma investigação ou a algum outro procedimento do órgão.
Vereadores negam irregularidades
Todos os vereadores negam as denúncias. Acusado por seu ex-assessor, Rogério Campos destacou a falta de provas na denúncia apresentada. “Falar até papagaio fala”, disse.
“Foi um ex-assessor magoadinho porque perdeu um bom emprego, um bom salário. Ganhava bem e não atendia o povo como era para atender. Infelizmente esse camarada aí não se adequou ao resto da equipe”, afirmou o vereador.
Por meio do advogado, Geovane Fernandes afirmou que as acusações são falsas e que isso vai ser comprovado.
Katia Ditrich, que também está sendo investigada por uma Comissão Processante na Câmara Municipal, negou as denúncias e as atribuiu a um complô de seu suplente no mandato, o vereador Zé Maria.
“Fui vítima de um grande complô. Ele não foi escolhido para representar os curitibanos.O povo pediu renovação, mas nem todos aceitam tais condições. Prezando pela verdade e transparência, sugiro que o sigilo telefônico do Zé Maria seja colocado à disposição das autoridades”, afirmou a vereadora. Zé Maria rebate as acusações e nega irregularidades.
Thiago Ferro, que está sendo investigado também na Corregedoria do Legislativo, afirmou em um pronunciamento no plenário da Câmara que a denúncia é “caluniosa”.
Ele suspeita que as acusações estejam sendo feitas por um ex-apoiador de sua campanha política, com quem rompeu relações. Segundo o parlamentar, ele já registrou boletins de ocorrência por ter sido alvo de ameaças, que envolvem também a sua família. “Se for a mesma pessoa das minhas denúncias e boletins de ocorrência, a denúncia é extorsão pura”, afirmou.
Já o vereador Osias Moraes sustenta que, apesar do pedido de informações recebido pela presidência na Casa, não há denúncias contra ele.
“Pode haver no Ministério Público um pedido de informações dito pelo presidente desta Casa [Serginho do Posto, do PSDB], sob sigilo de Justiça. Se a imprensa tem acesso, que mostre a acusação. Agora, não venham denegrir a imagem de quem entrou aqui pelo voto. Se querem me tirar terá que ser pelo voto”, afirmou.
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