O juiz federal Paulo Sérgio Ribeiro, da 23ª Vara Criminal de Curitiba, acolheu na tarde desta quinta-feira (28) a denúncia apresentada pelo Ministério Público Federal (MPF) contra o contador da família Richa, Dirceu Pupo Ferreira, pelos crimes de corrupção passiva e organização criminosa. A denúncia foi oferecida no âmbito da Operação Integração. O advogado de defesa, Gustavo Alberine Pereira, encaminhou uma nota à Gazeta do Povo (veja a íntegra logo abaixo) na qual sustenta que “não são verdadeiros os fatos descritos na denúncia”.
Pupo Ferreira está preso há mais de um mês, de forma preventiva, e já responde pelo crime de lavagem de dinheiro, também na esteira da Operação Integração.
A investigação trata de um esquema de propina ligado aos contratos entre governo do Paraná e concessionárias de pedágio que atuam no Anel de Integração. O ex-governador do Paraná Beto Richa (PSDB) já responde pelos crimes de corrupção passiva, organização criminosa e lavagem de dinheiro. Por sua vez, a ex-primeira-dama Fernanda Richa e André Richa, filho do casal, são réus por crime de lavagem de dinheiro. Todos rejeitam as acusações do MPF.
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Dirceu Pupo Ferreira era quem administrava a empresa Ocaporã Administradora de Bens S/A, que formalmente pertence à Fernanda Richa e também a André Richa. Para o MPF, as decisões sobre os negócios da empresa eram, na prática, tomadas principalmente por Beto Richa. A mando do tucano, narra o MPF, Pupo Ferreira utilizaria dinheiro de propina, pago pelas concessionárias de pedágio, na compra/venda de imóveis, atividade central da empresa. O MPF calcula R$ 2,7 milhões de propina.
Outro lado
Procurado pela Gazeta do Povo nesta quinta-feira (28), o advogado de Dirceu Pupo Ferreira, Gustavo Alberine Pereira, encaminhou uma nota, que segue na íntegra:
1 - Não são verdadeiros os fatos descritos na denúncia oferecida pelo Ministério Público Federal, o que restará devidamente comprovado ao final do processo.
2 - Dirceu Pupo Ferreira e sua defesa ainda não foram formalmente intimados da decisão que recebeu a denúncia. Assim que o forem, será apresentada a respectiva defesa, que esclarecerá todos os fatos que são injustamente e de modo exagerado a ele imputados.
3 - Dirceu Pupo Ferreira jamais integrou qualquer “núcleo de atuação” ilícito envolvendo o ex-governador do Paraná Beto Richa, não tendo obtido qualquer vantagem ou tendo qualquer participação em relação aos fatos noticiados. Ao contrário, sempre desenvolveu suas atividades dentro dos limites da lei e da ética.
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