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| Foto: Geraldo Magela/Agência Senado

Romero Jucá, presidente do PMDB, ao anunciar que o partido havia fechado posição contrária à aceitação da denúncia contra o presidente Michel Temer, aproveitou para avisar que “qualquer ato em contradição a essa decisão sofreria consequências”. Logo após a votação na Câmara (que aprovou a rejeição da denúncia), três requerimentos foram protocolados no Conselho de Ética do partido, pedindo a expulsão dos senadores Roberto Requião (PR) e Kátia Abreu (TO). Ambos se manifestaram contra a decisão partidária no Congresso.

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Entre os três requerimentos enviados ao Conselho de Ética do partido para emissão de parecer, um deles é do presidente da Secretaria Nacional da Juventude do PMDB, que considera que os dois senadores “foram mais efervescentes”, referindo-se às críticas de Requião via redes sociais sobre a condução atual da legenda e ao comportamento da senadora que fez parte da “ocupação da mesa do Senado”, no dia da votação da reforma trabalhista. Outros dois requerimentos são de filiados dos diretórios estaduais do Paraná e de Tocantins.

Por outro lado, senadores como Renan Calheiros (AL) e Eduardo Braga (AM) e o deputado Jarbas Vasconcelos (PE), que têm mantido posição contrária a Temer, até agora não tiveram pedidos de expulsão do partido.

Já os pedidos contra Kátia Abreu e Requião parecem fazer parte da estratégia de colocar para fora do partido os senadores que tem enfrentado Jucá. Em um bate-boca que dominou as redes sociais de Jucá e Requião, o presidente do partido chegou a sinalizar que pediria que a Executiva Nacional debatesse o comportamento do senador paranaense, que estaria “tentando atrapalhar o que nós queremos fazer para melhorar o Brasil”.

Em resposta, Requião disse nas redes sociais que estaria sendo hostilizado por Jucá porque “não usa tornozeleira eletrônica” e “não é réu na Lava Jato”. Ele chegou a fazer uma enquete dirigida aos peemedebistas, via Twitter, perguntando se “Condenado por corrupção no STF deve ser afastado do Partido? Processado por corrupção no STF deve ser afastado da direção até julgamento?” - em clara referência a Romero Jucá, que é um dos investigados pela Operação Lava Jato.

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O ex-governador chegou a declarar que só sai do partido se peemedebistas quiserem: “Brigo pelo partido que presido no Paraná. Só saio se realmente se transformar em uma quadrilha de políticos corruptos”. Neste final de semana, Requião venceu as eleições do diretório municipal de Curitiba, tendo agora como presidente do partido seu apoiador Rafael Xavier, membro da Fundação Ulysses Guimarães.

Já Kátia Abreu, que parece estar de saída para o PDT, pelas redes sociais ironizou a decisão de Jucá: “E a expulsão de Renan e Eduardo Braga, não tem coragem de pedir, por quê? Estão fazendo a mesma oposição a Temer que nós [Kátia e Requião]. Coragem, homem!”, declarou a senadora.

Paranaense ainda não foi notificado pelo partido

Os pedidos de expulsão do PMDB foram encaminhados ao Conselho de Ética do partido e aguardam a nomeação de um relator. Só após o documento ser formalizado por essa relatoria, é que os senadores serão notificados.

Sobre os outros parlamentares que contrariaram a decisão do partido, a informação da Presidência do PMDB é de que “os encaminhamentos ao Conselho de Ética, em caso de pedido de expulsão, deverão ser feitos pelo líder do partido na Câmara dos Deputados, deputado Baleia Rossi.” A assessoria do parlamentar, no entanto, informou que Rossi desconhece esta decisão.

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