Hussein Bakri (PSD), futuro líder do governo Ratinho Junior na Assembleia Legislativa.| Foto: Pedro de Oliveira/Alep

Piadista e imitador do ex-presidente Lula, o deputado estadual Hussein Bakri (PSD) não esconde a decepção ao falar da eleição deste ano. Com 32.679 votos, ele foi apenas o segundo suplente da coligação PSC-PSD e, nesse cenário, encerraria sua trajetória na Assembleia Legislativa do Paraná com apenas um mandato.

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No entanto, Ratinho Junior (PSD) já comunicou aos demais parlamentares e divulgou nesta quinta-feira (27) que será de Hussein a liderança do governo no Legislativo estadual a partir de fevereiro de 2019. Para isso, ele irá chamar para o secretariado dois deputados eleitos (casos de Guto Silva e Márcio Nunes). “Essa é uma escolha pessoal do governador, nunca o questionei sobre isso”, afirma Hussein.

LISTA COMPLETA: Confira quem já está confirmado para o primeiro escalão de Ratinho.

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Sobre a missão que terá na Assembleia, Bakri projeta duas pedreiras logo de cara: encabeçar a discussão para reduzir o orçamento dos outros poderes estaduais e comandar o debate com os servidores, que estão há quase três anos sem reposição salarial. “Certamente terei apoio dos colegas da Casa e nossa base será muito grande.”

Veja a seguir a entrevista com o deputado:

O governador eleito Ratinho Junior tem apenas 37 anos e o senhor exerce somente o primeiro mandato de deputado estadual. Como o senhor vê eventuais questionamentos à falta de experiência do novo governo?

O Ratinho tem uma história. Foi deputado estadual, deputado federal, ocupou uma das pastas mais importantes do estado – a Secretaria do Desenvolvimento Urbano −, com um desempenho excepcional e nenhuma obra questionada pelos órgãos de controle. Ele representa o novo, mas tem bagagem. É administrador nato das empresas da família desde muito cedo. É normal alguém questionar, mas ele já está tomando medidas importantes, a começar por não ter assumido compromisso político com ninguém, por saber que precisará enxugar a máquina. Em relação a mim, acredito ter feito uma boa interlocução com os colegas deputados. Passei por vários testes de fogo na Comissão de Educação, fiz parte do Conselho de Ética. Fui vereador, prefeito de União da Vitória por duas vezes, portanto estive dos dois lados: Executivo e Legislativo. Certamente terei apoio na Casa e nossa base será muito grande.

No primeiro ano de governo, os eleitos costumam tomar as medidas mais amargas. Que missões o senhor receberá do governador para encabeçar na Assembleia?

São duas questões mais urgentes. Uma é o orçamento dos poderes. Há um movimento na Assembleia de rediscussão da divisão orçamentária. Por ora, há de oficial apenas que a Assembleia pretender rediscutir o repasse que recebe. A partir da efetivação disso, vai haver o debate com os demais poderes. O governo tem essa intenção. A outra é a data-base dos servidores. Ninguém imagina que a situação financeira do estado vai melhorar do dia para noite. O governo tem todo o interesse de manter uma boa relação com os servidores, mas precisa investir, contratar mais gente em algumas áreas. Como terá segurança de fazer isso? O governo está estudando a redução do custo da máquina, o corte de despesas, para conseguir essa margem segura para discutir com os servidores.

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Há intenção de mexer na Paranaprevidência?

A previdência é uma questão mais profunda, que precisa ser mais maturada e, por isso, vai levar mais tempo. [os deputados aprovaram no último dia 18 mudanças polêmicas apresentadas pelo governo Cida Borghetti]

O senhor ficou na segunda suplência nesta eleição, mas estará na condição de líder do governo na Assembleia graças ao fato de o Ratinho pretender chamar dois deputados para assumirem secretarias de Estado. Como o senhor vai lidar com as críticas em relação a isso?

A crítica faz parte, sempre vai ter. Essa é uma decisão exclusiva do governador. Desde o dia da eleição, nunca o questionei em relação a isso. Ele sempre disse que me queria junto com ele, mas nunca falou o que exatamente queria dizer. E uns dias atrás, me disseram que a transição na Assembleia deveria ser tratada comigo, porque ele tinha esse interesse. Obviamente, isso só vai se efetivar lá na frente, mas tenho uma boa expectativa. De todo modo, chamar parlamentares para o governo é natural e, repito, essa é uma escolha pessoal do governador.