O início da construção da segunda ponte entre o Brasil e o Paraguai se vê travado mais uma vez. Após a solução de impasses ambientais, questões orçamentárias impedem, agora, que se dê início às obras, que pretendem fazer a interligação entre Foz do Iguaçu, no Oeste do Paraná, e a cidade paraguaia de Presidente Franco. Pelo acordo entre os dois países, o Brasil vai arcar com a implantação da estrutura, que deve custar R$ 233,4 milhões. A expectativa em torno da construção da ponte se arrasta feito enredo de novela: neste ano, o primeiro acordo para a obra completa 25 anos.
A licitação para a implantação da ponte foi realizada em 2014, vencida pelo Consórcio Construbase/Cidade/Paulitec. Responsável pela obra, o Departamento Nacional de Infraestrutura em Transportes (Dnit) previu apenas R$ 6 milhões no orçamento deste ano para a execução da obra, mas seriam necessários R$ 60 milhões para dar início aos trabalhos – para instalação do canteiro de obras e iniciar as fundações estruturais.
Por isso, desde o fim do ano passado, autoridades paraguaias têm se mobilizado, na tentativa de sensibilizar o governo federal a liberar os recursos. O embaixador do Paraguai, Manuel Cáceres, já se reuniu com o senador Álvaro Dias (PV) e com o ministro dos Transportes, Maurício Quintella. Na semana passada, o cônsul paraguaio esteve no Paraná, pedindo a intercessão do governo Beto Richa (PSDB) em favor da obra.
A pressa do Paraguai tem motivo. Assinado em junho de 2014, o contrato com a construtora vence em outubro deste ano. O início das obras seria um pré-requisito para que o contrato fosse prorrogado. Em matérias publicadas em seu site, o governo paraguaio estima que a construção da ponte comece em até 90 dias. Questionados pela Gazeta do Povo, no entanto, o Dnit e o Ministério dos Transportes não mencionaram datas para o início dos trabalhos.
Licenciamento ambiental
O licenciamento ambiental para a obra só foi concedido pelo Instituto Brasileiro de Meio Ambiente (Ibama) em fevereiro deste ano. Após a assinatura do contrato, o órgão ambiental e o Dnit vinham se desentendendo em relação a alguns pontos, o que atrasou a emissão da licença. Segundo o Ibama, o empreendimento não causará impactos em terras indígenas ou em unidades de conservação.
O projeto
O empreendimento todo se estenderá ao longo de 14,7 quilômetros. A ser construída sobre o Rio Paraná, a ponte terá 740 metros de extensão e 19 metros de largura. Como contrapartida, o Paraguai ficará responsável por executar todas as obras de mobilidade que interliguem a malha viária paraguaia à ponte. O país vizinho afirma que vai investir R$ 1,2 bilhão nessas intervenções de infraestrutura.
Previamente batizada de “Ponte da Solidariedade”, a via deve ser usada principalmente por veículos de carga, já que o Paraguai – que tem o Brasil como seu principal parceiro comercial – escoa a maior parte de sua safra pelo Porto de Paranaguá. Com a nova estrutura, espera-se que haja um alívio na Ponte da Amizade, onde hoje circulam mais de mil caminhões de carga por dia.
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