A indústria do Paraná tem para este ano de 2019 a expectativa mais otimista desde 2013. Sondagem Industrial feita pela Federação das Indústrias do Paraná (Fiep) mostra que 81% do empresariado está otimista. A fatia ficou 20% maior do que aquela que esperava um 2018 de bons resultados, e consolida a curva de recuperação do setor.
A pesquisa é um termômetro produzido anualmente pela Fiep com a avaliação do panorama futuro para o segmento. No levantamento, a federação ouviu representantes de indústrias de todos os portes e de todas as regiões do Paraná, 425 delas com sede no estado e as demais com filiais. Juntas, são responsáveis pela geração de 75,7 mil empregos.
O aumento da confiança está relacionado ao quadro eleitoral que, segundo a Fiep, trouxe de volta o otimismo a partir da avaliação de que 2019 deve oportunizar a realização de reformas com o aprimoramento do ambiente de negócios do país. Dentre a ampla maioria de otimistas, 37% esperam aumento nas vendas, 36% dizem que vão investir e 27% pretendem fazer contratações em 2019.
Questionado em dezembro sobre o impacto do resultado das urnas nos números da pesquisa, o presidente da Fiep, Edson Campagnolo, destacou que, antes das eleições, boa parte de setor produtivo apoiava a candidatura do presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL). “Imagina-se que [se concretize] tudo aquilo que ele transmitiu de retomada do crescimento, mudança no rumo econômico [...] Estamos em lua de mel com o presidente”, afirmou. “Por enquanto a gente só está no campo da promessa, o que não deixa de ser um dado positivo.”
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Campagnolo destacou o que chamou de “pinceladas” já feitas pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, e ações anunciadas, como a “extinção” do Ministério do Trabalho (pulverizado em outras áreas) e a junção do Ministério do Desenvolvimento, da Indústria e Comércio à área econômica, somadas ao viés liberal do governo eleito.
Pessimistas não chegam a 1%
Outro ponto de destaque indicado pelo estudo é a queda significativa na quantidade de pessimistas, que não chegam a 1% dos representantes ouvidos de 619 indústrias.
No ano passado, o número de empresas que esperava um ano ruim era de 5,8%, índice que agora foi achatado para 0,8%, o menor porcentual desde 1996. Também são menos numerosos aqueles que não sabem o que será da empresa em 2019, com recuo de 30,6%, na sondagem anterior, para os atuais 18%.
Metade dos pessimistas aposta em queda nas vendas, e metade não tem previsão de investimentos. Na avaliação da Fiep, o quadro demonstra que a indústria está no ponto mais agudo do desemprego, situação que deve passar por reversão partir de agora, mas em processo lento de retomada.