O Paraná chegou ao menor índice de assassinatos desde 2007, quando os dados começaram a ser compilados oficialmente. O estado fechou 2017 com 2.287 registros de mortes violentas – que incluem homicídios dolosos (intencionais), lesões corporais seguidas de morte e latrocínio (roubo seguido de morte). Os dados representam uma redução de 13,6% em relação ao índice registrado em 2016.
Ainda assim, a taxa de mortes violentas do estado é de 20,2 casos por 100 mil habitantes. A Organização Mundial de Saúde (OMS) classifica como epidêmicos índices superiores a 10 registros por 100 mil habitantes.
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Os dados foram apresentados nesta quinta-feira (18) pela Secretaria de Estado da Segurança Pública, em entrevista coletiva realizada um dia depois da tragédia em que o IML levou mais de 13 horas para recolher o cadáver de uma vítima de violência.
Veja os principais dados no infográfico.
Ocorrências
Das mortes violentas ocorridas no ano passado, 2.184 correspondem a homicídios dolosos, 67 latrocínios e 36 lesões corporais seguidas de morte. O maior volume de casos ocorreu em Curitiba, onde 399 pessoas perderam a vida por causa da violência ao longo de 2017. Comparando as estatísticas do Paraná com outras unidades da federação, o secretário de Segurança, Wagner Mesquita considerou “ótimo” o desempenho do estado.
“Em 2010 nós tivemos o ápice [do índice] e, a partir de 2011 começamos a ter uma redução e temos agora uma redução histórica. Nosso índice [considerando só homicídios] chega agora a abaixo de 20 [casos] por 100 mil habitantes, que é um índice ótimo em comparação com outros estados da federação”, disse. “Esse trabalho tem que continuar. Estamos dando mais capilaridade, através de novas viaturas, contratação de novos policiais, e a tendência é de que tenhamos a redução ainda maior dos índices de homicídios.”
Aumentos
Apesar disso, o Paraná viu aumentar os casos classificados como crimes contra a pessoa – que, além das mortes violentas, incluem ameaça, lesão corporal, violência doméstica e crimes contra a honra. Em 2017, foram registrados 245.219 casos como esses: um aumento de 11% em relação ao levantamento do ano anterior.
Também cresceram os crimes contra a dignidade sexual – que contemplam casos como estupro, estupro de vulnerável e abusos sexuais. O estado registrou 6.660 ocorrências desta natureza, o que representa uma elevação de 14,75%. Para o secretário, no entanto, esses aumentos podem ser considerados positivos, porque indicariam que a população está confiando nas forças de segurança e registrando os casos para posterior apuração.
“São crimes que estamos estimulando que sejam denunciados e apurados. Então, o aumento na apuração desta quantidade de crime é um dado positivo para a segurança pública”, afirmou Mesquita. Como exemplo, ele mencionou campanhas feitas pela polícia a respeito de casos de violência doméstica. “Estamos incentivando que se façam denúncias”, resumiu.
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