O percurso de 30 quilômetros entre Goioerê e Mariluz, no Noroeste do Paraná, pela PR-180, aparece como o pior trecho rodoviário do estado no mais recente estudo da Confederação Nacional de Transportes (CNT), divulgado no dia 17 de outubro. Entre os 6,3 mil quilômetros avaliados em território paranaense, foi o único apontado como péssimo. Contudo, quando considerada a importância da via no contexto econômico, outra rodovia do Paraná estaria em condições inaceitáveis, a ponto de ser incluída na lista das 10 piores do país: é a ligação de 200 quilômetros entre Guarapuava e Campo Mourão.
O levantamento indica que todas as melhores rodovias do Brasil ficam em São Paulo – que ainda ostenta o índice de mais da metade em condições ótimas. Outro ponto em comum é que as melhores colocadas são todas concedidas à iniciativa privada. O mesmo retrato não é encontrado no Paraná. Enquanto há por aqui trechos administrados pelo poder público considerados ótimos, algumas rodovias pedagiadas foram apontadas como regulares. Chamam a atenção no mapa o percurso da BR-277, entre Guarapuava e Laranjeiras do Sul; o trecho da BR-376, entre Ponta Grossa e Mauá da Serra; e quase todas as rodovias concedidas no Norte Pioneiro, que têm a mais cara tarifa de pedágio do Paraná.
O estudo da CNT levou em conta critérios como estado do pavimento, sinalização e geometria da pista. O levantamento apontou que, nos últimos três anos, o investimento em manutenção rodoviária está em queda no Brasil, refletindo-se no aumento da precariedade de alguns trechos. No Paraná, as condições gerais das rodovias não mudaram muito de um ano para outro – mas um trecho que foi considerado um dos piores do país em 2017, entre Cascavel e Marmeleiro, saiu da lista depois que recebeu obras (embora ainda não concluídas).
A avaliação do próprio governo federal considerou como mais críticas as condições das rodovias no Paraná. Um levantamento divulgado na semana passada pelo Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT), que não analisou trechos pedagiados nem sob a responsabilidade do governo estadual, apontou mais problemas nas rodovias federais que cortam o território paranaense.
Outro lado
O Departamento de Estradas de Rodagem do Paraná (DER-PR) informa que os segmentos do Anel de Integração apontados como regulares na pesquisa CNT atendem as condições mínimas previstas no programa de concessão.
O DER-PR informa que segue o que prevê o contrato na fiscalização da qualidade do pavimento. As não-conformidades pontuais resultam em notificações às concessionárias e quase a totalidade é resolvida dentro desse procedimento. Quando não é regularizado no prazo estipulado, o DER-PR emite auto de infração.
Em todos os trechos do Anel de Integração classificados como regulares pela CNT há obras de manutenção e serviços de conservação em execução, com previsão de término até o final de 2018, onde haverá uma consequente melhoria das condições da pista, segundo o DER. Entre os trechos citados, há duplicações em andamento entre Apucarana e Ponta Grossa (BR-376), Piraí do Sul e Jaguariaíva (PR-151) e Jataizinho e Cornélio Procópio (BR-369). Nestes segmentos, as manutenções da pista existente serão realizadas após a conclusão dos trechos de duplicação.