Requião e Ratinho Jr.| Foto: Montagem — Daniel Castellano/Gazeta do Povo

O cenário da disputa para o governo do Paraná em 2018 ainda é incerto, mas a maior parte dos possíveis candidatos já está com os palanques virtuais montados. No Facebook, os políticos cujas páginas aparecem com maior destaque no Ranking dos Influenciadores Políticos da Gazeta do Povo são Ratinho Junior (PSD) e Roberto Requião (PMDB). O peemedebista não declarou ser candidato, mas o partido trabalha com a possibilidade de lançá-lo ao cargo.

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O ranking, que funciona como termômetro do debate político online com vistas às eleições de 2018, leva em conta a quantidade de seguidores e o engajamento que eles têm com os conteúdos publicados nas páginas.

Veja os números do Ranking entre os cotados para o governo do Paraná

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Ratinho Júnior é o pré-candidato ao governo do Paraná com o maior número de seguidores. No Facebook, de acordo com dados extraídos no dia 28 de abril, 495,5 mil pessoas seguem o atual secretário estadual de Desenvolvimento Urbano. No conteúdo dos posts de Ratinho, o cardápio esperado de um secretário que já deixou clara suas intenções de chegar ao Palácio Iguaçu: registros de obras de sua secretaria; fotos e vídeos de encontros com lideranças políticas do interior e o uso intensivo da hashtag “Paraná Inovador”.

Apesar de Ratinho Júnior ter o maior número de seguidores no Facebook, o político cujos seguidores mais interagem com a página – de acordo com dados medidos entre 21 e 27 de abril – é Roberto Requião. Cada postagem do senador tem, em média, cerca de 1,9 mil comentários, compartilhamentos e reações. Senador da República, Requião prioriza em suas postagens temas relativos à agenda política nacional.

A vice-governadora do estado, Cida Borghetti (PP), que também já declarou que será candidata em 2018, aparece com números mais modestos no ranking. Cida tem o equivalente a 7,2% dos seguidores de Ratinho e 6,5% do engajamento registrado por Requião no período analisado.

Osmar Dias, político offline

Também entre os principais cotados para a disputa do governo em 2018, o ex-senador Osmar Dias (PDT) não tem página pública no Facebook. Segundo ele, por ter ficado afastado da política durante sete anos, não teve a preocupação de marcar presença online. “Por enquanto não acho necessário, minha comunicação é mais direta com a população”, diz.

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Na avaliação de Carlos Manhanelli, presidente da Associação Brasileira de Consultores Políticos, Osmar Dias não será, necessariamente, prejudicado por estar fora do Facebook.

“As ferramentas de internet constroem imagem e conceito. O pedido do voto é offline. No caso de um ex-senador, é alguém que já tem conceito e imagem, portanto ele vai partir direto para o pedido de voto”, avalia.

Para o consultor, estar fora das redes sociais é uma escolha cada vez mais rara entre os políticos, mas acontece com mais frequência entre os mais velhos, que são menos afeitos à prestação de contas para o eleitorado e já têm conceito e imagem formados, portanto não precisam disputar novos espaços.

Especialista alerta para grande quantidade de eleitores off-line

Apesar de políticos e eleitores estarem empenhando bastante energia nos debates políticos nas redes sociais, o cientista político Emerson Cervi, que coordena o grupo de pesquisa em Comunicação Política e Opinião Pública da UFPR, alerta para o fato de boa parte dos eleitores do Paraná não estarem presentes no debate online.

Segundo dados da Pesquisa Brasileira de Mídia de 2014, 40% dos eleitores paranaenses afirmaram não ter acesso à internet em casa.

O professor destaca também que, com a profissionalização da gestão das redes sociais de políticos, os perfis online não representam diretamente o político, mas são uma “personagem digital”.

“Não é o político quem está ali, é uma equipe que trabalha, que produz o conteúdo. Aquilo não tem a obrigação de representar 100% a figura pública. É uma ferramenta de comunicação da figura com o seu público. Não se pode confundir o sucesso do uso da ferramenta com o sucesso eleitoral da figura pública”, explica.

Feitas as ressalvas, Cervi diz que as redes são ferramentas fundamentais no debate eleitoral. “Todo mundo que entra na página de um político está interessado em fazer um debate eleitoral. Esse eleitor entra nas páginas para buscar insumos para defender seu candidato no mundo offline, ou é ligado a outro candidato e vai lá para discutir para tentar desconstruir”, afirma.

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