Está ainda muito distante o dia em que os paranaenses tomarão o caminho das urnas para escolher o novo governador do Paraná. A eleição só se dará daqui a aproximadamente 14 meses, em 7 de outubro de 2018. Mas algumas candidaturas já estão postas e já é possível aferir as tendências do eleitorado neste momento. É claro que nenhum dos índices aqui expostos – levantados pelo instituto Paraná Pesquisas – é imutável. Há pela frente imponderáveis capazes de subverter completamente o cenário agora pintado. Também não há profetas ou videntes com dons infalíveis para antecipar o resultado.
INFOGRÁFICO: Veja os números da pesquisa em detalhes.
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De todo modo, os gráficos mostrados abaixo dizem que Ratinho Jr. (PSD) ganharia o primeiro turno, suplantando de forma apertada os adversários Roberto Requião (PMDB) e Osmar Dias (PDT). As diferenças que os separam situam-se pouco acima da margem de erro de 2 pontos porcentuais admitida pela Paraná Pesquisas. Bem mais à distância, figuram Cida Borgheti (PP) e Enio Verri (PT), sem chances de virem a disputar o segundo turno.
Considere-se, pois, que neste início de julho de 2017 existem tão somente três candidatos eleitoralmente viáveis, em condições de disputar palmo a palmo o Palácio Iguaçu. Se já se pode considerar como certas e irreversíveis as candidaturas de Ratinho e Osmar, a de Requião é ainda uma incógnita, dada a probabilidade de ele vir a optar pela reeleição ao Senado.
Nesse caso, já teremos a formação de um novo cenário – aquele em que se confrontarão diretamente apenas Ratinho e Osmar, além dos até agora fracos Cida Borghetti e Enio Verri. A saída de Requião do páreo, no entanto, não chega a afetar substancialmente a migração do eleitorado. Osmar parece se fortalecer um pouco mais com a saída de Requião (ganha 10 pontos), mas Ratinho ganha 7. Ou seja, a eleição continuaria apertada.
Olhado o panorama em que se encontra hoje, há diferenças a serem consideradas:
• Ratinho está em plena campanha, ainda embalado pelo recall da eleição a deputado estadual de 2014 (foi recordista, com 300 mil votos); pelo fato de ocupar a secretaria de Desenvolvimento Urbano, o que lhe possibilita manter contatos e conquistar simpatias entre 399 prefeitos; por estar produzindo fatos que o colocam permanentemente na mídia; e por deter o comando de dois partidos (PSD e PSC) que, juntos, formam a maior bancada na Assembleia Legislativa.
• Osmar, por outro lado, está desde 2010 (quando concorreu e perdeu para Beto Richa a eleição de governador) afastado de atividade política intensa no estado. Durante sete anos, manteve-se recolhido numa vice-presidência do Banco do Brasil. Embora ideologicamente distante do lulopetismo, as antigas alianças que firmou com o PT, Lula e Dilma deixaram-lhe marcas negativas – não o suficiente, porém, para comprometer a ligação tradicional que mantém com setores conservadores, como o agronegócio, capilarizado em todo o interior. A taxa de rejeição de Osmar é também a mais baixa dentre todos os postulantes (14,7%, contra 39,7% de Requião e 19,7% de Ratinho).
Ratinho Jr. se fia na recuperação da imagem do aliado governador Beto Richa (PSDB) para se manter em alta nas pesquisas. Osmar Dias, porém, poderá ser beneficiado com a “dobradinha” que fará com o irmão-senador Alvaro, candidato à presidência da República e que certamente terá no Paraná a votação mais expressiva.
As tendências para o Senado
Na eleição de 2018, estarão em disputa duas das três vagas de senador a que têm direito todos os estados. Atualmente, representando o Paraná, ocupam as cadeiras Roberto Requião, Gleisi Hoffmann (PT) e Alvaro Dias (Pode). Os dois primeiros encerram seus mandatos de oito anos; já o terceiro, Alvaro, ainda tem direito a outros quatro.
Para disputar as duas vagas, o instituto Paraná Pesquisas foi às ruas verificar as chances de sete potenciais concorrentes ao cargo: Requião e Gleisi (que disputariam a reeleição), o procurador federal Deltan Dallagnol (sem partido), o governador Beto Richa, o deputado federal Rubens Bueno (PPS), o ex-prefeito de Curitiba Gustavo Fruet (PDT) e o ex-prefeito de Londrina Alexandre Kireeff (Pode).
Deu Requião na cabeça (31,4%) quase empatado com Dallagnol (29,6%). Abaixo deles seguem-se Richa (22,2%). Rubens Bueno (19,5%), Fruet (14,7%), Gleisi (11,3%) e Kireeff (8%). A somatória é superior a 100% já que os entrevistados podiam indicar dois candidatos de sua preferência.
Se descartada a hipótese de o procurador Dallagnol se aventurar na disputa, melhoram as chances de Beto Richa virar senador – principalmente se os três inquéritos que correm contra ele no STJ não o tornarem inelegível até outubro de 2018. Por outro lado, como cada chapa de candidatos a governador carrega dois nomes para o Senado, podem-se antever chances para que Bueno, Fruet e Kireeff venham a figurar como postulantes viáveis. De fora deve ficar Gleisi Hoffmann, que já declarou sua intenção de se candidatar à Câmara Federal.
Outra constatação importante da pesquisa diz respeito à melhora acentuada da imagem do governo Beto Richa. Seu pior momento foi em setembro de 2015, quando o índice de desaprovação chegou a inquietantes 72,8%, mas agora baixou para 57,4%.
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