Tanto o governador do Paraná, Beto Richa (PSDB), como o prefeito de Curitiba, Rafael Greca (PMN), enfrentaram uma semana de tensão com os servidores por conta de medidas de austeridade que os dois gestores estão adotando para combater a crise econômica. Nos dois casos, a pressão dos funcionários públicos concentrou-se nas casas legislativas.
Na quarta-feira (31), o tumulto aconteceu na audiência pública de prestação de contas do governo do Paraná, realizada na Assembleia Legislativa (Alep) e conduzida pelo secretário da Fazenda, Mauro Ricardo Costa. Os servidores foram à Casa para exigir, principalmente, o pagamento da data-base, que, por lei, deveria ter ocorrido no mês de janeiro.
Na Alep, o secretário voltou a afirmar que a situação fiscal do estado não permite a concessão de reajuste aos servidores, já que o limite para gastos com pessoal seria ultrapassado. “Não será possível fazer este ano por conta do desequilíbrio que isso ocasionaria nas nossas contas”, disse.
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Insatisfeitos, os servidores que estavam nas galerias do plenário vaiaram o secretário e entoaram palavras de ordem exigindo o pagamento do reajuste, como “data-base é lei” e “vergonha”. O presidente da Alep, deputado Ademar Traiano (PSDB), reprimiu as manifestações e pediu silêncio aos servidores. Como não foi atendido, o tucano encerrou a audiência de prestação de contas antes que os deputados pudessem questionar o secretário da Fazenda.
O presidente da Alep defendeu sua atitude e atacou a postura dos servidores. “Não é antidemocrático; antidemocrático é ver pessoas tumultuando, agredindo, afrontando. Democracia não se faz assim; democracia se faz divergindo de ideias, em uma discussão ampla, de debates, mas não com a perturbação da ordem”, afirmou.
Gestão Greca
Em Curitiba, o Legislativo também serviu como palco da manifestação da insatisfação dos servidores públicos com medidas de austeridade do Executivo. Mobilizados contra uma pauta mais ampla – que inclui a suspensão da data-base, mas também envolve questões previdenciárias e outras medidas previstas no ajuste fiscal de Greca –, os servidores pressionaram os vereadores ao longo da semana.
Na terça-feira (30), para garantir que os parlamentares membros da Comissão de Legislação, Justiça e Redação analisassem a proposta de mudança da previdência dos servidores municipais, a Câmara de Curitiba chegou a conseguir uma medida judicial que liberaria a entrada de apenas um representante de cada sindicato municipal na reunião do colegiado. A medida foi tomada pela Mesa Executiva para evitar uma nova ocupação da sede do Legislativo Municipal, como a que ocorreu no dia 22 de maio.
Os sindicatos, entretanto, conseguiram reverter parcialmente a decisão e garantiram acesso dos sindicalistas à reunião. Das galerias, eles manifestaram contrariedade às ações propostas, mas não ocuparam a Câmara como haviam feito na semana anterior. Apesar da pressão, os projetos foram aprovados pela comissão e seguem tramitando.
Já quarta-feira (31), a pressão foi sobre o secretário municipal de Finanças, Vitor Puppi, que também foi ao Legislativo para prestar contas da gestão municipal. Apesar de serem poucos, os sindicalistas presentes questionaram o secretário e criticaram as medidas encaminhadas por Greca à Câmara Municipal.
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