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| Foto: Daniel Castellano/Gazeta do Povo/Arquivo

A prefeitura de Curitiba reajustou a tarifa técnica – aquela que é paga às empresas de ônibus que ganharam a licitação para operar na cidade – de R$ 3,6653 para R$ 3,9848, o que representa um aumento de 8,72%. Mesmo com a correção, o valor segue inferior ao pago pelos passageiros na catraca, que é de R$ 4,25. A informação foi publicada na edição desta terça-feira (4) do Diário Oficial do Município e, de acordo com o texto, tem efeito retroativo até o dia 26 de fevereiro – a data-base do contrato do poder público com as empresas que operam o transporte coletivo da capital.

Os cálculos da Urbs – que administra o sistema – levaram em conta uma média de 16.174.214 passageiros pagantes por mês. Com isso, a diferença entre a tarifa repassada as empresas e a paga pelo passageiro deve chegar a aproximadamente R$ 4,2 milhões por mês - ou R$ 50,4 milhões por ano, caso a expectativa seja atingida. O reajuste na tarifa cobrada dos usuários foi bem mais alto (14,86%) do que o porcentual aplicado às empresas, mas a prefeitura alega que a diferença vai capitalizar o Fundo de Urbanização de Curitiba (FUC) e a comprar novos ônibus.

Com tarifa a R$ 4,25, prefeitura já fez caixa para comprar oito novos biarticulados

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Também foram feitos dois descontos no valor repassado às empresas: um é o do montante que deveria ser gasto no aluguel de 80 banheiros químicos para servir aos funcionários do sistema e o outro relativo a não renovação da frota por parte das empresas nos anos de 2013, 2014, 2015 e 2016. Em 2013, as concessionárias do sistema conseguiram uma liminar na Justiça para não comprar mais veículos até que fosse analisado um alegado desequilíbrio econômico-financeiro dos contratos.

A definição da tarifa técnica veio pouco mais de dez dias depois de empresas e trabalhadores definirem o aumento salarial para motoristas e cobradores. Com o acordo, teve fim a mais longa greve do setor desde 1994, com duração de oito dias. A categoria conseguiu reajuste de 6% nos salários e de 15% no vale-alimentação.

Procurado, o sindicato que representa as empresas de ônibus que operam na capital (Setransp) afirmou que vai analisar a planilha com os números que levaram ao cálculo da tarifa técnica antes de se pronunciar sobre a decisão da prefeitura.

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