A prisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva na superintendência da Polícia Federal (PF), em Curitiba, tem provocados debates constantes entre os vereadores da capital paranaense. Durante as sessões, os parlamentares aproveitam o espaço concedido no pequeno e no grande expedientes – em que os vereadores podem se inscrever para falar na tribuna – para discutir a questão.
Na sessão da última quarta-feira (18) não foi diferente. O tema, dessa vez, foi o vídeo gravado pela presidente do Partido dos Trabalhadores (PT), senadora Gleisi Hoffmann, para a rede de TV árabe Al Jazeera. No debate entraram, inclusive, algumas pitadas de notícias falsas, as chamadas fake news.Veja o que a senadora disse, de fato, no vídeo enviado à emissora.
“Estou indignado com Gleisi. Ela faz um apelo para que os países árabes venham ajudar o ex-presidente. O que ela realmente quer? Uma convocação pacífica ou uma convocação como a que está ocorrendo no Santa Cândida, de violência e desrespeito aos curitibanos?”, questionou o vereador Thiago Ferro (PSDB), que fez referências ao Estado Islâmico em sua fala.
“Fatos para a mídia” e “má-fé”
Outros vereadores também fizeram críticas a Gleisi. Osias Moraes (PRB) questionou o fato da senadora classificar a prisão de Lula como um “ato político”, assim como Julieta Reis (DEM), que afirmou que o Brasil “não deve pedir ajuda internacional por questões internas”.
Já o vereador Dr. Wolmir Aguiar (PSC) criticou a presença de políticos no acampamento pró-Lula. “É para criar fato para a mídia”, disse.
O outro lado veio com a vereadora Professora Josete (PT) que, solitária, subiu à tribuna para defender seu partido. “O PT está crescendo. Lula está em primeiro lugar nas pesquisas [clique aqui e veja o resultado do último levantamento do Datafolha]. Se fosse candidato, ganharia no primeiro turno”, disse, classificando declarações feitas por outros parlamentares como atos de “má-fé”.
Acampamento em debate
O episódio está longe de ser o primeiro em que a prisão do ex-presidente Lula se tornou pauta na Câmara de Vereadores de Curitiba. Na segunda-feira (16), moradores do bairro Santa Cândida foram até a Casa para reclamar com os vereadores a respeito do acampamento dos manifestantes a favor do ex-presidente.
Durante a reunião, ocorreram mais divergências entre os parlamentares. De um lado, o vereador Osias Moraes (PRB) afirmou que os manifestantes “estão totalmente errados quando querem impor suas escolhas como sendo as únicas certas”. De outro, Professora Josete (PT) disse que o que estava acontecendo era o exercício do “direito constitucional de livre manifestação de todos os cidadãos”.
Justificativas negadas
Antes mesmo da chegada do ex-presidente à PF em Curitiba, entretanto, o assunto já provocava atritos na Casa. Além dos debates no plenário, que envolveram a votação do habeas corpus do ex-presidente no Supremo Tribunal Federal (STF), o apoio a Lula provocou discussões sobre o lançamento de faltas aos parlamentares.
A ocasião que suscitou a polêmica foi o desconto no salário da vereadora Professora Josete (PT). Ela faltou às sessões dos dias 26, 27 e 28 de março para participar da caravana que o ex-presidente fez pelos estados do Sul do país. Josete teve as justificativas recusadas pelo plenário, o que gerou um desconto de cerca de R$ 1,5 mil no salário da parlamentar.
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