Investigado e réu em processos, Luiz Abi Antoun adiou a volta do Líbano, que estava prevista para o último sábado (6). De acordo com comunicado apresentado em ação judicial, ele foi ao médico em Beirute, capital do país, no último dia 4, e diagnosticado com “dispneia, tosse e febre”. Exames verificaram problemas pulmonares como “hipoxemia de 90%” e “chiado difuso”, além de “enfisema apical”, o que o impossibilitou de embarcar no voo de retorno ao Brasil.
A informação foi protocolada no processo da Operação Rádio Patrulha na segunda-feira (8) , 1h15 depois de o juiz Fernando Bardelli Silva Fischer, da 13ª Vara Criminal de Curitiba, solicitar informações sobre o paradeiro de Abi. Na Rádio Patrulha consta um mandado de prisão preventiva, suspenso em função de decisão do ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
Primo do ex-governador Beto Richa (PSDB), Luiz Abi também teve autorizado pedido de prisão na Operação Integração 2, mas já estava em viagem ao exterior. Dois dias depois de embarcar, o advogado Anderson Mariano comunicou a ausência do cliente, destacando que retornaria antes de uma audiência do processo que responde sobre o caso Publicano, marcada para o dia 14 de outubro.
A defesa anexou um atestado médico ao processo, emitido pela médica Adelle Sakr, do Centre Hospitalier du Nord. Uma reavaliação do quadro clínico de Luiz Abi foi designada para o dia 12 de outubro, “oportunidade na qual o requerente será atualizado pelo médico acerca da possibilidade de realizar a viagem de retorno ao Brasil”. Por fim, Anderson Mariano alega que Abi está ciente das acusações que lhe são imputadas, de modo que apresentará defesa preliminar no prazo legal.
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Denúncia contra Luiz Abi
A denúncia do Ministério Público do Paraná (MP-PR) afirma que Luiz Abi, mesmo sem ocupar formalmente qualquer cargo público, “era, na verdade, uma das figuras mais importantes na cúpula do Poder Executivo Estadual, exercendo forte influência nas decisões de Estado, comandado, à época, por seu primo Carlos Alberto Richa”. Ele teria recebido parte dos pagamentos de propina decorrentes da locação de maquinário para o programa Patrulha do Campo como “principal operador financeiro do esquema”.
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O total dos pagamentos efetuados pelo Paraná às empresas conluiadas foi de R$ 101.905.930,58. Considerando a porcentagem prometida de propina, de 8%, o valor global das vantagens indevidas recebidas pelos agentes públicos denunciados foi da ordem de R$ 8.152.474,44, segundo o MP-PR.
Além de Abi, denunciado por corrupção passiva, foram denunciados nessa operação Beto Richa, Pepe Richa, Deonilson Roldo, Ezequias Moreira, Aldair Petry, Celso Frare, Joel Malucelli, Edson Casagrande, Túlio Bandeira, André Felipe Bandeira, Emerson Savanhago e Robison Savanhago.
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