Com as galerias lotadas de servidores estaduais, a Assembleia Legislativa do Paraná abriu, na tarde desta segunda-feira (5), os trabalhos de 2018. A sessão, porém, não durou sequer uma hora. Representante do governador Beto Richa (PSDB), o secretário da Casa Civil, Valdir Rossoni, teve o discurso interrompido por diversas vezes sob fortes vaias e gritos de ordem. Diante disso, o presidente da Casa, Ademar Traiano (PSDB), decidiu encerrar a sessão.
Na abertura legislativa, é praxe o governador fazer um discurso em plenário. Dos oito anos de mandato, no entanto, Richa se fez presente na Assembleia apenas nos dois primeiros, em 2011 e 2012. Nesta segunda-feira, mais uma vez enviou um representante. Mas Rossoni não conseguia dizer mais do que duas ou três frases e logo era impossível ouvi-lo, tamanho era o barulho feito pelos servidores.
Por várias vezes, Traiano ameaçou encerrar a sessão, e foi ignorado pelo funcionalismo. O momento de maior vaia foi quando Rossoni afirmou que a educação era a prioridade número um do governo Richa, para irritação dos professores, que eram maioria nas galerias. Já com o discurso encerrado pela metade, o secretário subiu à Mesa Executiva para entregar a mensagem do governador nas mãos do presidente da Casa. Sob gritos de “Paga a data-base”, “Fora, Beto Richa” e “Quadro Negro”, ele sorriu ironicamente para os servidores e ergueu o texto sobre a cabeça como se fosse um troféu.
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Em entrevista à imprensa logo depois, o secretário comemorou os protestos e afirmou que o Executivo estadual não busca aplausos. “O sistema corporativo do sindicato faz mal à educação do Paraná. Eles nunca reivindicaram melhorias para a educação, sempre falaram apenas em salário. Tenham a certeza que os chefes de núcleo, os diretores de escolas não comungam dessa baderna”, atacou. “Isso tudo não é um desrespeito a mim ou ao governador, mas ao povo do Paraná, que gostaria de ouvir nossas atividades do ano passado e o que planejamos para este ano.”
Questionado sobre a possibilidade de pagamento do reajuste salarial ao funcionalismo, que está represado há dois anos e assim deve permanecer até 2019, Rossoni defendeu que o governo precisa respeitar o limite legal dos gastos com pessoal. E afirmou que não se pode prejudicar os investimentos que estão ocorrendo no estado e que beneficiam todos os paranaenses.
Do lado de fora da Assembleia, com barracas e um caminhão de som, os servidores seguiram criticando o governo e pedindo o pagamento da data-base.
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