O governador do Paraná, Carlos Massa Ratinho Junior (PSD) , participou nesta sexta-feira (8) do Show Rural Coopavel, em Cascavel, ao lado da ministra da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Tereza Cristina. Depois de afirmar um dia antes que tem a intenção de manter uma relação mais próxima com a pasta, parceria vista como crucial para o desenvolvimento em um setor para o qual tem planos ambiciosos, Ratinho adotou um tom político ao falar sobre o encontro. Disse que não iria reivindicar nada à representante do governo federal.
“Não viemos aqui para reivindicar nada para a ministra, até porque ela sabe muito bem as missões que ela tem frente à pasta, mas o que nós queremos e, através do nosso secretário Norberto Ortigara [Agricultura], é manter esse bom relacionamento”, destacou ele, que garante ter como meta transformar o Paraná no maior produtor de alimentos por metro quadrado do mundo. Ratinho destacou ainda o fato de que esta já foi a segunda visita da ministra ao estado no ano. Em janeiro, ela participou da abertura nacional da colheita de soja, em Apucarana.
Na quinta-feira (7), o governador tinha afirmado que o Paraná esperava discutir com o Ministério da Agricultura financiamentos com juros mais baixos para os produtores. “Tem que buscar sempre a menor taxa”, frisara. Ele demonstrou preocupação com a falta de recursos do Moderfrota, principal linha de subsídio do governo federal que financia máquinas e equipamentos agrícolas, mas que corria o risco de encolher.
Nesta sexta-feira, no entanto, a ministra anunciou um aporte de R$ 6 bilhões direcionado a pequenos e médios agricultores.
Novo rumo
Tereza Cristina disse que o novo governo está mudando o rumo das coisas que precisam ser feitas. “O rumo dessa administração agora é facilitar”, ressaltou. Segundo ela, muitas vezes os governos atrapalham o produtor na hora de fazer os investimentos.
A ministra destacou ainda mudanças nas questões fundiárias, que ela chamou de assunto “espinhoso” e prometeu “desideologizar”o tema. Segundo ela, o processo de assentamentos precisa ser técnico. “Nós precisamos ter critérios para quem vai receber a terra; tem que ter aptidão para isso. Tem que ser treinado e preparado para chegar lá, produzir e não continuar dependendo do governo”, observou.
Para o líder cooperativista Dilvo Grolli, o Brasil vive um momento de oportunidades para todos. Ele lembrou que no ano passado o agronegócio teve crescimento de 4% enquanto que a economia do País cresceu apenas 1%. “Se não fosse a contribuição do agronegócio com 4% de crescimento nós teríamos sérios problemas na economia no ano de 2018”, observou.
Grolli destacou que é preciso criar uma sinergia com o governo federal para pensar o Brasil do futuro. Ele lembrou que neste ano a produção agrícola poderá chegar a 240 milhões de toneladas de grãos e 2025 a previsão é de 300 milhões. “Nós temos que ter um diálogo com o governo porque isso vai acontecer. É bom que nós nos preparemos juntos”, observou.
Show Rural
O Show Rural Coopavel, feira que abre os grandes eventos tecnológicos do agronegócio brasileiro, foi encerrado nesta sexta-feira após cinco dias de evento. Os números deste ano bateram todos os recordes anteriores. As instituições financeiras anunciaram que os financiamentos liberados durante a feira ultrapassaram a cifra de R$ 2,2 bilhões. O número de público foi de 288.802. A próxima edição da feira já tem data marcada. Será de 3 a 7 de fevereiro de 2020.