Maurício Fanini ao ser preso pelo Gaeco no dia 16 de setembro.| Foto: Reprodução/RPCTV

A 9ª Vara Criminal de Curitiba decretou o sequestro de um apartamento do ex-diretor da Superintendência de Estado da Educação (Sude) Maurício Fanini e da mulher dele. O bloqueio do imóvel visa garantir a possibilidade de ressarcir o erário, em caso de condenação do acusado. Fanini está preso, em decorrência da Operação Quadro Negro – que apura desvio de recursos que seriam destinados a obras em escolas estaduais. Fotos anexadas ao processo pelo Ministério Público do Paraná (MP-PR) ao processo mostram que o ex-diretor da Sude era bastante próximo do governador Beto Richa (PSDB).

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O imóvel sequestrado pela Justiça está localizado no bairro Cabral, em Curitiba. Trata-se de um apartamento de 224 metros quadrados, que foi adquirido em 2013 por R$ 1 milhão. Segundo as investigações, Fanini tentou dissimular a posse do imóvel, transferindo-o aos dois filhos, já com a Quadro Negro em andamento. O sequestro de bens foi requerido pelo Grupo de Atuação Especial no Combate ao Crime Organizado (Gaeco), responsável pelas investigações.

Procurada pela Gazeta do Povo, a defesa de Fanini preferiu não se manifestar. O ex-diretor da Sude está preso preventivamente desde o dia 16 de setembro, por determinação da 9ª Vara Criminal, a pedido do Gaeco. Segundo as investigações, havia indícios de que Fanini e a mulher dele, a fonoaudióloga Betina Sguario Moreschi Antônio, estariam lavando dinheiro e dissimulando a origens de bens. Betina não foi presa, mas teve o passaporte retido e está proibida de deixar a cidade. Desde que a Quadro Negro foi deflagrada, Fanini havia sido preso em outras duas ocasiões.

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Principal delator da Quadro Negro, o empresário Eduardo Lopes de Souza – dono da Construtora Valor – mencionou Fanini por diversas vezes. Segundo o construtor, Fanini cobrou diretamente o pagamento de propina e chegou a receber o dinheiro em uma mochila e em caixas de vinho, no gabinete em que ocupava, na Sude. Além disso, o ex-diretor teria assegurado que os recursos desviados abasteceriam a campanha do governador Beto Richa. Segundo o delator, Fanini esperava levantar R$ 32 milhões por meio do esquema. Lopes de Souza disse ter pago efetivamente R$ 12 milhões, até os desvios serem descobertos, na Operação Quadro Negro.

O Gaeco anexou ao processo fotos que mostram Fanini e Richa, com suas respectivas esposas, em momentos de lazer. Há fotografias dos casais até em viagens internacionais. Richa não negou sua amizade com Fanini, mas disse que não tem “compromisso com o erro de ninguém”. O governador nega participação nos crimes investigados e chamou o delator de “criminoso”.