Uma conversa interceptada pelo Ministério Público no âmbito da Operação Quadro Negro mostra como o dono da Valor Construtora, Eduardo Lopes de Souza, imaginava driblar a fiscalização em uma das obras da empresa em Campina Grande do Sul, que mal tinha saído do papel. Via WhatsApp, o empresário sugere à irmã Viviane Lopes de Souza, que é engenheira civil da construtora, colocar até uma “máquina de bate estacas” no local da obra. O objetivo, segundo o MP, era montar um cenário capaz de enganar a fiscal do FNDE (Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação), órgão do governo federal, financiador de parte das obras que acabaram na lista da Quadro Negro.
Trecho do diálogo entre os dois, ocorrido em 20 de agosto de 2014, foi reproduzido pelo MP nas ações civis públicas do caso, protocoladas no início deste agosto. Leia abaixo:
Viviane: Amanhã vai estar em campina a fiscal do FNDE para conferir se a obra está andando. O que eu falo p essa mulher pois não tem nada!!!!
Eduardo: Fale que vc fez um aditivo das estacas porque tem furo que semana que vem começa assim mesmo
Viviane: Ok
Eduardo: Mostre para ela aonde está furo mas vc já encaminhou o aditivo e que semana que vem vc começa
Eduardo: O Evandro falou o que
Eduardo: Qualquer dificuldade segunda resolvo com Maurício
Viviane: Ok
Eduardo: Pode fajar mesma coisa rio negro mas mesmo assim estamos tocando
Viviane: Ela só vai conferir campina
Eduardo: Não tem como vc colocar um caras lá
Eduardo: Tipo topografia e canteiro
Eduardo: Vc não consegue colocar uma máquina de bate estacas já amanhã cedo??
Eduardo: Coloque a Ademir para começar as duas em campina!!!
Eduardo: Vivi se ela perguntar por já fez três medições vc fala por causa do furo das estacas vc acertou com sedu para fazer está diferença já até aprovar o aditivo tipo compensação mas só se ela perguntar
Viviane: Ok