| Foto: Albari Rosa/Gazeta do Povo

Com leitos a menos e falta de recursos, a saúde é uma questão delicada para o próximo governador do Paraná resolver. Diante deste cenário, a Gazeta do Povo perguntou aos candidatos Ratinho Junior (PSD), Cida Borghetti (PP), João Arruda (MDB), Dr. Rosinha (PT) e Ogier Buchi (PSL) como eles pretendem resolver alguns dos problemas da saúde no estado. Confira o que eles responderam:

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1 Um dos problemas do sistema de saúde do Paraná é a centralização de tratamentos de maior complexidade em poucas cidades do estado. Isso obriga muitos pacientes a percorrerem vários quilômetros para receber o tratamento adequado. Qual o plano do senhor para mudar essa situação?

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Ratinho Junior (PSD)

Vamos implantar mais uma Macrorregião de Saúde que vai abranger as regiões de Guarapuava, Irati e Ponta Grossa para atendimentos de média complexidade de forma a reduzir as viagens a Curitiba de pacientes destas regiões. Vamos fortalecer a regionalização das ações de saúde estabelecendo mais centros de especialidades para oferta de consultas e exames especializados e consolidar o modelo de Atenção Plena da Saúde que irá coordenar o cuidado e será a ordenadora do acesso aos serviços mais complexos por meio de estratificação de risco e ações desenvolvidas em unidades ambulatoriais especializadas por equipes multidisciplinares formadas por médicos, enfermeiros, psicólogos, nutricionistas, entre outros. Também vamos utilizar veículos para levar de exames de imagem, como os de mamografia, e para consultas e exames oftalmológicos.

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Cida Borghetti (PP)

A descentralização e regionalização dos serviços já é realidade. Minha atenção está em levar serviços de saúde de qualidade mais perto de onde as pessoas vivem. Hoje, temos um programa para fortalecer 238 hospitais públicos e filantrópicos, que atendem pelo SUS. Uma iniciativa inédita, com recursos mensais para custeio, além de repasses para obras e equipamentos. Minha proposta é institucionalizar esta ação como política pública de estado, por meio de lei. Com isso, vamos ampliar a cobertura de saúde e assegurar mais investimentos para hospitais de menor porte. A ideia é transformá-los em hospitais de cuidados continuados integrados, cuidados intermediários e cuidados vocacionados para determinada especialidade. Essas instituições passarão, então, a servir de retaguarda para hospitais de média e alta complexidade, e de suporte à atenção primária. Vamos acabar com os vazios assistenciais.

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A isso se soma o programa Corujão da Saúde, que vai oferecer mais exames de diagnóstico e cirurgias eletivas fora do horário de pico de clínicas ou hospitais. Outra iniciativa são as Carretas da Saúde, caminhões equipados para levar consultas, exames e até cirurgias para as cidades pequenas e a periferia das cidades maiores. Também vamos atuar com ênfase na saúde mental, com atenção especializada para combater a depressão e suas consequências, e levar para todas as regiões equipes focadas na saúde do idoso.

O Saúde Nota 10 levará para dentro das escolas públicas exames, consultas, orientações preventivas e campanhas contra cigarro, drogas e alcoolismo. Vamos reforçar o serviço aeromédico e não posso deixar de citar nossa atenção ao tratamento do câncer com o apoio financeiro do estado para a unidade do Erasto Gaertner em Irati e para hospitais de referência em Londrina, Cascavel e Umuarama.

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João Arruda (MDB)

Com gestão eficiente. A saúde do Paraná precisa ter todas as suas estruturas públicas funcionando. São inadmissíveis situações como a do Hospital de Telêmaco Borba, que deveria ser referência eu UTI Neonatal e Pediatria, mas a Vigilância Sanitária não autoriza seu funcionamento porque a unidade não ligou o relé e não tem energia.

Vamos fazer um diagnóstico claro de todas as estruturas do estado de atendimento à saúde e colocar todas elas para funcionar com equipamentos, médicos e pessoal. E complementar essas unidades, caso exista demanda, tanto com unidades médias, com 40 ou 50 leitos, quanto com instituições filantrópicas e hospitais que atendam também pelo SUS. Pretendemos também potencializar esse atendimento descentralizado através dos consórcios municipais. Dessa forma envolvemos a estrutura do estado, as santas casas, os hospitais filantrópicos e os municípios, através dos hospitais regionais.

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Dr. Rosinha (PT)
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Vou mapear todos os hospitais regionais e todos os hospitais universitários e dar condições para que eles atendam média e alta complexidade. Será dada condições de infraestrutura, com especialidades e exames complementares. Feito isso no primeiro ano de governo, no segundo ano, creio que diminuiremos ou acabaremos de vez com esse transporte de pacientes. Vamos fazer com que esses hospitais tenham condição de atendimento. Basta vontade política para fazer isso acontecer.

Ogier Buchi (PSL)

O plano é ser coerente e sincero com o cidadão paranaense. Nós temos 20 hospitais no estado, quatro deles das nossas universidades estaduais. É claro que, nessa situação, é preciso viajar para receber tratamento especializado. E mentir e prometer soluções imediatas eu não vou fazer. Essa é uma questão difícil de resolver. Temos entraves evidentes para receber verba para a construção de novos hospitais e até a manutenção dos que já existem.

Mas dá para melhorar e muito a vida do paciente paranaense. Para isso, vou garantir o término da construção dos hospitais que já estão em andamento. Um deles é o de Telêmaco Borba, por exemplo, que está em obra há anos. Depois, aos poucos, vou reaparelhar aqueles que já estão em funcionamento, para dar mais qualidade e celeridade aos tratamentos. E, aí sim, vou construir novas unidades para diminuir as distâncias.

2 - Ano após ano o Paraná tem enfrentado dificuldades para cumprir a determinação constitucional de destinar 12% da receita corrente líquida para a saúde. Como o candidato pretende contornar essa dificuldade em um cenário de crise?

Ratinho Junior (PSD)
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A saúde dos paranaenses é uma das nossas prioridades e a aplicação deste porcentual mínimo legal será cumprido. Vamos trabalhar para que o estado do Paraná possa crescer e ampliar os recursos para investimentos na área social. Serão estabelecidas medidas que assegurem uma gestão eficiente, otimizando e potencializando os recursos financeiros destinados à área. Iremos elaborar um plano diretor de investimentos para a área da saúde, que contemple uma visão de longo prazo e que tenha, como foco, o desenvolvimento das Macrorregiões de Saúde.

Cida Borghetti (PP)

Eu vou cumprir a lei. Mas a minha determinação é ir além. Vou a Brasília buscar recursos federais e negociar empréstimos internacionais, se for necessário. Quero ampliar o financiamento da área. Acredito que isso é possível com boa gestão, austeridade e maior eficiência dos gastos públicos. Vamos cortar despesas não essenciais e investir naquilo que leva qualidade de vida às pessoas.

João Arruda (MDB)

Cumprir esses 12%, simplesmente. Investir o valor que determina a Constituição, o que não tem sido feito por essas gestões.

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Dr. Rosinha (PT)

O Paraná nunca cumpriu a obrigatoriedade dos 12% da saúde. De acordo com o Ministério Público, isso dá um montante de R$ 6 bilhões e esse ano somará mais R$ 200 milhões. Mesmo em crise, nós faremos a recomposição do repasse a partir do ano que vem. Cumpriremos o que manda a legislação e os R$ 6 bilhões restantes faremos um planejamento para que ao longo do próximo período, mesmo que vá além do meu mandato, se recomponha o financiamento da saúde. Caso não se faça isso, não há como desenvolver nenhum projeto ou programa de saúde que atenda à media e à alta complexidade.

O objetivo da regionalização só se dará com esses 12% e com a participação dos consórcios intermunicipais de saúde, que serão responsáveis pelos atendimentos básicos.

Ogier Buchi (PSL)
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Ter dificuldades é uma coisa. Não cumprir é outra. Lei é lei. Tem que destinar orçamento certo pra saúde e educação. Não ter para investir em outras áreas eu até aceito. Porque o orçamento livre, que não está comprometido, é de 5% do PIB paranaense. Então, o que há de ser feito, mesmo em crise, é enxugar a máquina pública. Cortar os penduricalhos. Por exemplo: se eleito governador, eu vou usar o meu próprio carro e pagar a minha gasolina. Assim como todos os meus secretários. Estado mínimo significa que o estado só deve legislar pelo básico: saúde, educação e segurança. Com a privatização das empresas, entra mais dinheiro e sobra mais para que seja dada a destinação correta e necessária para a saúde do povo paranaense.